Os últimos dias não estão sendo fáceis para o Ibovespa, que segue abaixo dos 100 mil pontos desde 23 de março. Os analistas do JPMorgan disseram que veem um cenário “muito doloroso” na cena econômica brasileira.
“Tendemos a ver o copo meio cheio, mas reconhecemos que foi muito doloroso. Estruturalmente falando, há vários elementos que não defendem uma postura otimista sobre o Brasil, seja de cima para baixo ou de baixo para cima”, argumentam os analistas do JPMorgan Emy Cherman, Cinthya Mizuguchi, Diego Celedon, Adrian Huerta e Pedro Martins Jr.
Em relatório publicado nesta segunda (27), os especialistas ressaltaram que, tecnicamente, “o mercado parece pronto para uma alta, e esse foi o caso na semana passada e na anterior”.
“A nosso ver, o pacote fiscal é a grande informação pendente e a negociação de taxas [de juros] é a que mais nos parece interessante, capaz de levantar o mercado”, destaca a equipe.
Na semana passada, o Banco Central manteve a Selic em 13,75% ao ano e reforçou que um corte na taxa de juros, pelo menos por enquanto, ainda não está no radar.
“Nós enfatizamos mais uma vez nossa visão central: há pouca possibilidade do mercado subir mais na ausência de taxas mais baixas, ou pelo menos a expectativa de que haja um caminho para isso”, destacam os especialistas.
E o arcabouço fiscal, como fica?
Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já avisou que pretende aprofundar a proposta que substituirá o teto de gastos.
“É preciso discutir um pouco mais. A gente não precisa ter a pressa que algumas pessoas do setor financeiro querem”, afirmou o presidente em entrevista à TV 247.
Enquanto isso, os agentes econômicos seguem vigilantes aos próximos capítulos dessa iniciativa, e o JPMorgan alerta: “Um pacote mal elaborado levaria a outra ‘pernada’ do mercado para baixo”.
O Ibovespa fechou o pregão desta segunda aos 99.670 mil pontos, em alta de 0,85%.
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