O Ibovespa continua entre ganhos e perdas no início da tarde desta segunda-feira (29). Em dia de correção em Nova York, após as Bolsas renovarem máximas históricas na última sexta-feira (26), o mercado brasileiro olha para questões internas, observando as taxas de juros futuras operarem em forte alta.
Por volta das 13h38, porém, o Ibovespa subia 0,25%, pouco abaixo de 115.068 pontos. No espectro político, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto de Araújo, pediu demissão do cargo, segundo o jornal O Globo. De acordo com o jornal, o ministro justifica a decisão pode estar sendo pressionado pelo Congresso.
No mercado de commodities, há um alívio após o Canal de Suez ser liberado com os esforços para desencalhar o meganavio que bloqueava a passagem desde a última terça-feira (23). Com uma possível maior oferta de petróleo no comércio internacional, a cotação da matéria-prima atenua o movimento de alta e opera levemente no azul.
Os investidores também aguardam a próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). No encontro da próxima quinta-feira (1), o cartel decidirá acerca da produção de maio.
Na Bolsa, chama atenção a alta de 5,56% da Oi (OIBR3), após a companhia registrar um lucro bilionário no quarto trimestre do ano passado, revertendo o prejuízo do mesmo período do ano anterior. Segundo especialistas do mercado, contudo, o resultado reve um efeito não recorrente não-caixa que contribuiu para os ganhos no trimestre.
“É um resultado que demonstra claramente o caminho que a empresa tem tomado, com um avanço nas operações e enxugamento de custos. Entretanto, embora o resultado contábil tenha sido positivo, a empresa ainda está em dificuldade”, diz Henrique Esteter, analista da corretora Guide.
“A empresa ainda vai ter que gastar muito dinheiro com Capex para manter esse enfoque na fibra ótica, mas isso é natural que aconteça pois toda operação daqui para frente da companhia terá esse objetivo.”
As ações de Vale (VALE3), CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) também são destaques do dia. Os futuros do aço e do minério de ferro na China avançaram nesta segunda-feira, com o contrato de contrato de referência do minério na Bolsa de Dalian, na China, subindo 4,6%, para US$ 170,94 a tonelada.
O que sobe e o que cai no Ibovespa
- Pão de Açúcar (PCAR3) tem alta de 5,92%, dando continuidade à expectativa da venda da CNova;
- Minerva (BEEF3) avança 4,78%. A XP incluiu a companhia na carteira gráfica desta semana;
- Bradespar (BRAP4) sobe 4,59% aproveitando o bom momento do minério de ferro;
- Taesa (TAEE11) avança 4,57%. A Cemig (CMIG4), que tem alta de 3,78%, disse que avalia se desfazer da posição na empresa;
- Santander (SANB11) cai 2,86%, seguindo a tendência dos grandes bancos fora do Brasil;
- Cyrela (CYRE3) e EzTec (EZTC3) caem 2,66% e 2,56%, respectivamente, com o mercado avaliando o impacto da taxa de juros nas empresas;
- Hapvida (HAPV3) recua 2,04%. Acionistas confirmam combinação de negócio com a Intermédica (GNDI3).
Além de informar que deseja se desfazer de sua posição na Taesa, a Cemig apresentou seus resultados do quarto trimestre do ano passado na última sexta-feira. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 1,332 bilhão no período, montante 136,2% superior na comparação anualizada.
Para o BTG Pactual, os resultados vieram abaixo do esperado. Um dos principais impactos foi o segmento de distribuição, que registrou um Ebitda ajustado de R$ 436 milhões, com altas provisões. O banco de investimento, contudo, mantém a recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 13.
Última cotação
Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última sexta com uma alta de 0,91%, a 114.780,62 pontos.
(Colaborou Poliana Santos)