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Ibovespa atinge a marca de 100 mil pontos com nova variante Ômicron no radar

IPOs

Foto: Pixabay

O principal índice da Bolsa de Valores, o Ibovespa, acaba de atingir a triste marca de 100 mil pontos. O indicador segue em queda depois de junho, quando alcançou sua marca histórica de 130 mil pontos.


O Ibovespa vem ao longo deste período sofrendo com as incertezas políticas e econômicas internas em meio ao aumento do risco fiscal, com a proposta do Auxílio Brasil — substituto do Bolsa Família com valor de R$ 400 — que pode furar o teto de gastos.  O mercado espera que com as eleições de 2022 próximas, o governo fure o teto de gastos em pelo menos R$ 30 bilhões e assim viabilize o pagamento a cada beneficiário do novo programa. Com esse possível cenário, o mercado gerou aversão ao risco e a reajustou para cima as perspectivas para juros e inflação.

Mas, além do cenário interno, surgiu uma nova variante do novo coronavírus (Covid-19) que tem gerado temor em todos os mercados globais, a Ômicron. O pessimismo do mercado é devido a fala do CEO do laboratório da Moderna, Sephane Bancel, que disse que as atuais vacinas contra covid-19 provavelmente não serão eficazes contra a nova cepa.

Bancel afirmou, ainda, ao jornal Financial Times, que levará meses para desenvolver um novo imunizante eficaz contra esta variante.

“Não há no mundo, eu acho, onde (a eficácia) é o mesmo nível que nós tivemos com a Delta. Acredito que vai ser uma queda material. Só não sei quanto, porque precisamos esperar pelos dados. Mas todos os cientistas com quem conversei estão tipo ‘isso não vai ser bom’”, disse Bancel ao jornal.

Com isso, o Ibovespa saiu de 118.855 mil pontos em janeiro deste ano, depois atingiu a marca recorde em sete de junho de 130.776 mil pontos e deve encerrar o mês de novembro a 100 mil pontos.

“Ainda que autoridades tenham afirmado que devemos nos preocupar, mas não entrar em pânico, amplia-se o receio de que as vacinas se mostrem menos eficazes. Além disso, também tivemos falas do presidente do Fed, J. Powell, que alertou sobra a nova variante como ameaça a inflação e atividade americana. O mercado interpretou como dovish”, analisou a Ativa Investimentos.

É válido lembrar que na segunda-feira (29) o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a variante Ômicron não é para pânico. “Essa variante é caso para preocupação, mas não pânico. Temos as melhores vacinas do mundo, melhores medicamentos e cientistas, aprendemos a cada dia e vamos combater essa variante com ciência e conhecimento, não caos e confusão”, disse. A fala do presidente aconteceu antes da divulgação da entrevista do CEO da Moderna.

Por sua vez, o presidente do Banco Central da principal economia do mundo, os EUA, Jerome Powell disse que a nova variante aumenta os riscos econômicos. “O recente aumento de casos de Covid-19 e o surgimento da variante Ômicron representam riscos negativos para o emprego e a atividade econômica e aumentam a incerteza sobre a inflação.”

Agora, por volta das 16h, o Ibovespa tem queda de 2,31% a 100.505,65 mil pontos.

Bolsas da Europa fecham em baixa e mercado acionário nos EUA opera em queda com nova cepa

Além da queda no Ibovespa, as bolsas da Europa voltaram a fechar em baixa, após uma sessão marcada pela piora das perspectivas com relação à cepa Ômicron. Comentários do CEO da Moderna sobre a provável eficácia reduzida das vacinas contra a cepa deflagraram uma onda de venda de ativos de riscos pelos mercados.

Nesse cenário, o índice Stoxx 600, que mede o desempenho de 600 empresas por todo o continente, 0,92%, a 462,96 pontos. Em Londres, o FTSE 100 fechou em baixa de 0,71%, a 7.059,45 pontos, enquanto o DAX caiu 1,18%, a 15.100,13 pontos, em Frankfurt, e o CAC 40 recuou 0,81%, a 6.721,16 pontos, em Paris.

“As preocupações com a variante Ômicron parecem estar afetando o sentimento na Europa mais do que nos Estados Unidos, o que não é de todo surpreendente quando você considera que o continente já está lutando para superar um aumento acentuado de casos Delta, mesmo sem os problemas de lidar com uma nova variante”, afirma o analista da CMC Markets, Michael Hewson.

Em Milão, o FTSE MIB 0,87%, a 25.814,34 pontos. Nas praças ibéricas, o PSI 20 0,56%%, a 5.433,05 pontos, e o IBEX 35 caiu 1,78%, a 8.305,10 pontos.

Por sua vez, nos Estados Unidos as bolsas, que ainda não fecharam, mantém queda na tarde desta quarta. O S&P 500 tinha queda de 1,35% e a Nasdaq uma baixa de 1,34%.

Última cotação do Ibovespa

Na última sessão, segunda-feira (29), o Ibovespa encerrou o pregão em leve alta de 0,9%, a 103.143,61 mil pontos.

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