Ibovespa abre em queda de mais de 1% puxado pelas ações da Vale
O Ibovespa abriu em queda nesta segunda-feira (28) na B3 (BM&F Bovespa). Às 10h29, o Ibovespa caía 1,73% a 95.987,07 pontos.
A significativa baixa do Ibovespa é liderada pela Vale S.A. (VALE3), cujas ações ordinárias desvalorizaram 21,46% a R$ 44,10 às 10h15.
A companhia tem peso de 11,39% no índice acionário da B3, o Ibovespa.
Em movimento ainda mais intenso, também às 10h15 as ações preferencias do Bradespar caíram 47,14% a R$ 18,50.
O braço de investimentos em instituições não financeiras do Banco Bradesco, o Bradespar é um dos principais acionistas da Vale.
Cenário Interno
Na última sexta-feira (25), Minas Gerais foi palco do rompimento da barragem da Vale na Mina Córrego do Feijão, no município de Brumadinho.
O incidente, que ficou conhecido como “tragédia de Brumadinho”, provocou a liberação dos rejeitos que eram retidos pela barragem. A lama se espalhou por cima da área administrativa da Vale e arredores.
Assim, os principais atingidos no desastre foram funcionários da companhia e de empresas terceirizadas. 58 mortes já foram confirmadas até o momento da publicação, enquanto 305 pessoas permanecem desaparecidas.
Após a Imprensa divulgar os acontecimentos na sexta-feira, os American Depositary Receipt (ADRs) da Vale entraram em decadência. A queda foi de 8,08%.
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Os ADRs são recibos de ações de empresas de fora dos Estados Unidos da América (EUA) negociados na bolsa de Nova York (NYSE).
Na manhã desta segunda-feira, os ADRs da mineradora registraram recuo de 8% durante o pre-market (período anterior à abertura dos mercados). Todavia, às 10h48 (horário de Brasília), os ADRs da Vale recuavam 16,33%.
Um dos fatores que diminui o apetite por risco por partes dos investidores é o fato de um rompimento de barragem de mineradora não ser novidade em Minas Gerais.
Em 5 de novembro de 2015, o colapso da barragem do Fundão da mineradora Samarco provocou 19 mortes, e deixou centenas de desabrigados no município de Mariana.
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A Samarco é uma joint-venture, ou seja, uma empresa conjunta, controlada por:
- Vale S.A.: 50%
- BHP Billinton: 50%
O “desastre de Mariana“, como ficou conhecido o caso, é considerado o maior desastre socioambiental do Brasil.
Foram 55 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos que encontraram o Rio Doce, e seguiram o leito de 853 quilômetros (km) até o deságue na costa do Espírito Santo.
Em Brumadinho, o volume de lama despejado no município foi de 13 milhões de m³. Cerca de 75% menos que em Mariana.
Desta forma, o desastre de Mariana causou danos maiores à natureza. No entanto, as consequências humanas são maiores na tragédia de Brumadinho, visto que o número de vítimas, mortos e desaparecidos é maior.
As ações da Vale ainda estavam se recuperando do rompimento de barragem em Mariana. Desde 2015, as ações valorizaram 258%.
Entretanto, a nova conjuntura, com a tragédia de Brumadinho, deve interromper o processo de recuperação da Vale na B3.
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O presidente-executivo da Vale, Fabio Schvartsman, admitiu que “dessa vez é uma tragédia humana. Estamos falando de uma quantidade provavelmente grande de vítimas. Não sabemos quantas, mas sabemos que será um número grande”.
A fala ocorreu em meio à uma coletiva de Imprensa após a tragédia de Brumadinho ser divulgada na mídia.
Por sua vez, a Previ, (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), a maior acionista da Vale, também se pronunciou, no sábado (26).
“A Previ, assim como toda a sociedade brasileira, está profundamente sensibilizada com o acidente de Brumadinho e solidária com as vítimas e familiares”, afirmou a companhia.
O investimento da Previ na Vale ocorre por meio da Litel, um veículo de investimento que detém 22% do capital total da mineradora. A Previ controla 80,6% da Litel.
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Cenário Externo
O lucro da produção industrial da China desceu pelo segundo mês consecutivo. A baixa para dezembro de 2018 foi de 1,9% ante o mesmo período do ano anterior.
Em novembro, a queda havia sido de 1,8% na comparação anual.
Assim, os índices acionários asiáticos fecharam o pregão em queda. Confira:
- Tóquio: o índice Nikkei obteve queda de 0,60%, a 20.649 pontos.
- Hong Kong: o índice Hang Seng obteve alta de 0,03%, a 27.576 pontos.
- Xangai: o índice SSEC obteve queda de 0,18%, a 2.596 pontos.
- CSI300: obteve queda de 0,02%, a 3.183 pontos.
- Seul: o índice KOSPI obteve queda de 0,02%, a 2.177 pontos.
- Taiwan: o índice TAIEX obteve alta de 0,44%, a 1.013 pontos.
- Cingapura: o índice Strais Times obteve queda de 0,09 por cento, a 3.199 pontos.
O resultado do lucro da produção industrial, dos últimos dois meses divulgados, são sinais da desaceleração econômica chinesa.
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Na sessão pré-feriado de São Paulo (aniversário de 465 anos), o Ibovespa ascendeu 1,16% na quinta-feira (24). A pontuação atingida foi de 97.677,19.