A produção industrial cresceu 1,1% em 2018, registrando um aumento de 0,2% em dezembro do ano passado.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (1) os resultados da produção industrial. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF). Entretanto, mesmo com um crescimento em 2018, a produção industria aparece uma desaceleração significativa frente a 2017, quando o crescimento tinha sido de 2,5%.
“No acumulado dos últimos doze meses (1,1%), a indústria permaneceu com perda de ritmo frente aos resultados de julho (3,3%), agosto (3,1%), setembro (2,7%), outubro (2,3%) e novembro (1,8%)”, informou o IBGE.
Além disso, em comparação com dezembro de 2017 a indústria registrou queda de 3,6%. Esse resultado confirma como a recuperação do setor segue em ritmo lento.
Na análise setorial, 13 dos 26 ramos industriais pesquisados registraram queda em 2018. Por outro lado, houve alta em 50,9% dos 805 produtos pesquisados.
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Segundo o IBGE, os piores resultados em 2018 para a indústria foram de:
- produtos alimentícios (-5,1%)
- confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,3%)
- couro, artigos para viagem e calçados (-2,3%)
Por outro lado, o resultados positivos vieram do aumento da produção de:
- veículos automotores, reboques e carrocerias (12,6%)
- metalurgia (4,0%)
- celulose, papel e produtos de papel (4,9%)
- indústrias extrativas (1,3%)
- máquinas e equipamentos (3,4%)
- produtos farmacoquímicos e farmacêuticos (6,1%)
As categorias econômicas que registraram melhores resultados foram os bens de consumo duráveis (7,6%) e bens de capital (7,4%). Os bens de consumo duráveis foram impulsionados pela ampliação na produção de automóveis (10,8%) e eletrodomésticos da “linha marrom” (4,4%). Por sua vez, a produção de bens de capital cresceu graças ao aumento da produção de equipamentos de transporte (13,8%) e construção (25,2%).
Por sua vez, o setor de bens intermediários registrou uma alta de apenas 0,4%. Por outro lado, o segmento de bens de consumo semi e não-duráveis registrou queda de 0,3%.
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Recuperação continua lenta
Os dados da produção industrial mostram um crescimento lento, alinhado com o restante da economia brasileira. Entretanto, a confiança dos empresários parece ter voltado a subir.
Por exemplo, Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) atingiu em janeiro o maior nível desde agosto de 2018.
Por sua vez, o índice de intenção de investimentos da indústria atingiu o maior nível desde abril de 2014. Esse indicador é calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O Boletim Focus, pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central indicou como a previsão de crescimento da produção industrial é de 3,04% em 2019. Por outro lado, as expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) são de um avanço de 2,5%.