A produção industrial brasileira registrou uma contração de 0,8% em janeiro, na comparação com dezembro. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em comparação com o resultado registrado em janeiro de 2018, a queda da produção industrial foi de 2,6%. Essa contração anulou a alta de 0,2% observada em dezembro em comparação com novembro. Um resultado que indica como setor industrial permanece fraco e não consegue crescer de forma intensa no início de 2019.
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Produção industrial perde fôlego
“O acumulado nos últimos 12 meses ficou em 0,5%, mantendo a perda de ritmo iniciada em julho de 2018 (3,4%)”, informou o IBGE em nota. Em termos de comparação, em dezembro a indústria brasileira acumulava uma alta de 1,2% em 12 meses.
Na média móvel trimestral, a produção industrial fechou janeiro 17% abaixo do ponto mais alto da série histórica, iniciada em 2002, que foi alcançado em maio de 2011.
Entre as categorias econômicas, somente a produção de bens de consumo duráveis registrou um aumento (0,5%). Entretanto, esse resultado não elimina a perda de 5,2% acumulada no último bimestre de 2018.
Por outro lado, a produção de bens de consumo semi e não-duráveis diminuiu 0,4%. Assim como a de bens intermediários, que teve variação negativa de 0,1%. O pior desempenho foi da indústria de bens de capital (-3%), setor que produz máquinas e equipamentos. Esse foi o terceiro resultado negativo consecutivo para o setor, com uma queda de 10,2% acumulada no período.
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Queda em 13 de 26 setores industriais
Entre os ramos da produção industrial pesquisados pelo IBGE, 13 em 26 registraram uma queda na produção em janeiro, na comparação com dezembro. Entre eles estão:
- produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,3%),
- indústrias extrativas (-1,0%),
- máquinas e equipamentos (-2,9%),
- celulose, papel e produtos de papel (-2,6%),
- coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,8%),
- outros equipamentos de transporte (-5,1%),
- couro, artigos para viagem e calçados (-3,2%)
- veículos automotores, reboques e carrocerias (-0,5%).
Por outro lado, foi registrado um aumento na produção de:
- produtos alimentícios (1,5%),
- bebidas (6,1%),
- outros produtos químicos (3,6%),
- produtos de metal (3,2%),
- equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,7%)
- produtos têxteis (4%).
Esses resultados mostram uma recuperação muito lenta da economia brasileira. A atividade do setor industrial continua muito abaixo do nível alcançado antes da crise econômica de 2015-2016.
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O Produto Interno Bruto (PIB) do setor industrial cresceu 0,6% em 2018. Essa foi a primeira alta após 4 anos de contração do setor. Entretanto, no quarto trimestre do ano passado a produção industrial brasileira perdeu fôlego, encolhendo 0,3% na comparação com os 3 meses anteriores.