IBGE: 21% das empresas quebram após o primeiro ano em atividade
De acordo com o estudo Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, divulgado nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil, mais uma vez, está fechando mais empresas do que abrindo.
“É o quarto ano seguido de saldo negativo, mas é um negativo cada vez menor. Em 2016, a queda era de 70 mil”, ressaltou Denise Guichard, analista do IBGE, comentando o resultado do estudo.
O número de empresas no País continuou caindo mesmo após o final da recessão econômica. Em 2017, existiam 4,458 milhões de empresas ativas no território nacional, segundo o Cadastro Central de Empresas (Cempre). Naquele ano, foram criadas 676 mil empresas, e 699 mil se tornaram inativas.
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Esse número é 0,5% menor do que o ano anterior, apresentando uma queda de 23 mil empresas líquidas.
No entanto, algumas regiões apresentaram certo avanço. Em 2017, a taxa de entrada das empresas (relação entre o número de empresas que entraram no mercado e o total de empresas) foi a 15,2%, após sete retrações seguidas. Esse resultado vem de encontro com a maior abertura de empresas no Centro-Oeste e Norte.
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“Apesar do ritmo lento da economia, existem algumas áreas e unidades da federação com melhora”, afirma Guichard.
Dessa forma, com menos companhias empregadoras, o pessoal ocupado passou de 32 milhões em 2016, para 31,88 milhões de pessoas no ano seguinte.
IBGE aponta baixa taxa de sobrevivência das empresas
Além disso, de acordo com a pesquisa, metade das empresas fecha suas portas antes de completar quatro anos de atividade.
Das 859 companhias abertas em 2012, apenas 47,2% permaneciam ativas em 2016. Inclusive, um ano após a abertura dessas empresas, em 2013, 21% já estavam finalizando suas operações.
Segundo o IBGE, as maiores taxas de sobrevivência empresarial por estados após o primeiro ano são:
- Rio Grande do Sul (87,4%)
- Santa Catarina (87,2%)
- Minas Gerais (86,2%)
- Paraná (85,5%)
O número de companhias de alto crescimento no País caiu para 20.306. Esse é o pior resultado da série histórica do estudo, iniciada em 2008.
Empresas de alto crescimento são consideradas as que elevam em 20% ao ano o número de funcionários, em média, por três anos seguidos. Além disso, elas precisavam ter 10 ou mais pessoas assalariadas no início da observação.
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De acordo com o instituto, o setor educacional registrou a maior queda, seja em termos absolutos (217 empresas), mas também relativos (redução de 19,1%) na mudança de 2016 para 2017. Em seguida vem o mercado de construção, com uma queda de 9%, o equivalente a menos 185 empresas.
O estudo realizado pelo IBGE também utilizou informações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).