Ação da Hypera (HYPE3) dispara após empresa fechar acordo por corrupção
A Hypera (HYPE3) fechou acordo de leniência, relacionado à investigação de pagamento de propinas a políticos entre 2010 a 2015, informação que se tornou pública no ano seguinte. As investigações internas foram concluídas em maio de 2020.
De acordo com o fato relevante, a Hypera vai pagar R$ 110 milhões à União e continuar cumprindo com o plano de desenvolvimento de seu programa de integridade, que será monitorado pela Controladoria-Geral da União (CGU) por 18 meses.
A companhia também informou que o valor do acordo será pago integralmente pelo acionista e fundador João Alves de Queiroz Filho. Essa notícia foi positiva para o mercado, uma vez que agora, por volta das 11h20, as ações da Hypera apresentam alta de 6,47%, negociadas a R$ 41,29.
Na análise da XP, o desempenho dos papéis é em razão ao fim das investigações e ao valor que não será descontado do caixa da Hypera.
“O pagamento não terá efeito caixa e encerrará a investigação, o que – a nosso ver – torna a ação menos arriscada e mais adequada para investidores preocupados com a governança da empresa”, informou o relatório.
Com isso, a recomendação da corretora é de compra para as ações da Hypera, com preço-alvo de R$ 48, potencial de valorização (upside) de 23%.
A investigação começou em 2016, quando se descobriu que ex-executivos haviam feito doações ilegais a políticos. Segundo a empresa, as doações não tinham relação com os negócios da Hypera e não beneficiaram a empresa.
Segundo os especialistas da XP, o acordo resolve uma questão de longa data e o efeito líquido do valor da indenização é zero, pois a empresa será ressarcida (e o valor seria equivalente a apenas 0,5% do valor de mercado da empresa). “A nosso ver, o comunicado retira uma carga significativa de incerteza quanto às obrigações da Hypera, além de tornar a ação um ativo mais atrativo para investidores preocupados com a governança.”