Após ser atacada pela comitiva americana em visita ao Brasil, a Huawei declarou nesta terça-feira (20) nunca ter vivenciado “nenhum grande incidente relacionado à segurança cibernética” entre os 170 países em que a empresa possui operações nas últimas décadas.
De acordo com a companhia chinesa, “Há 22 anos no país, a Huawei tem no Brasil um histórico de produtos de alta qualidade e segurança cibernética”.
Diante da guerra comercial entre os EUA e China, o governo norte-americano pressiona aliados, incluindo o Brasil, para banir a empresa chinesa do fornecimento de equipamentos a operadoras das redes de 5G, sob o argumento de que os produtos provenientes do país asiático podem ser usados para espionagem e roubo de propriedade intelectual.
Em resposta às acusações dos Estados Unidos, a Huawei declarou que conta “com a confiança dos nossos clientes e parceiros, estamos totalmente comprometidos com a transformação digital do Brasil e abertos à comunicação com todos os stakeholders”.
Huawei ameaça futuro econômico do Brasil, diz conselheiro dos EUA
O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Robert O’Brien, manifestou seu receio quanto à possibilidade de a gigante da gigante das telecomunicações chinesa Huawei Technologies vencer o leilão para montar a rede 5G no Brasil.
O’Brien afirmou, em videoconferência com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que a hipótese de a Huawei levar o 5G no País poderia abrir uma porta para a companhia acessar dados de governos e empresas.
“O Brasil é um país ‘high tech’, como Israel, Cingapura, países com indústria aeroespacial, de defesa, de mineração e tecnologia. Estamos preocupados que a China vai se voltar mais e mais para países como o Brasil”, afirmou o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
“Especialmente se vocês tiverem a Huawei na sua rede 5G, haverá ‘backdoors’ e a capacidade de decifrar quase todos os dados que são gerados em qualquer lugar do Brasil, seja pelo governo, na frente de segurança nacional, seja por empresas privadas em suas habilidades de inovar e desenvolver novos produtos, técnicas e práticas”, acrescentou O’Brien.
Nesse sentido, o conselheiro afirmou que “o futuro do sucesso econômico do Brasil e dos EUA vai depender de nossos criadores conseguirem capitalizar e lucrar com suas ideias. A propriedade intelectual deve ser protegida, para encorajar mais inovação. Conter o roubo de propriedade intelectual, especialmente por parte da China, será um trabalho duro, mas crítico”.
“Estamos recomendando fortemente que nossos parceiros, incluindo o Brasil, usem apenas fornecedores confiáveis em sua rede de 5G”, destacou o representante norte-americano ao falar sobre a Huawei.