O governo do Reino Unido informou, nesta terça-feira (14), que as empresas britânicas estão proibidas de comprar novos equipamentos da Huawei. Além disso, toda a tecnologia de redes 5G da companhia chinesa já instalada deverá ser removida até 2027.
A decisão britânica representa uma escalada das tensões entre Reino Unido e China, instaurada após a criação da nova lei de segurança chinesa sobre Hong Kong, cidade semi-autônoma ex-colônia inglesa.
O movimento também pode ser entendido como uma significativa vitória para os Estados Unidos. Recentemente, o país norte-americano proibiu a compra de chips criados pela Huawei por empresas estadunidenses.
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Segundo Oliver Dowden, ministro britânico responsável por questões digitais no país, as compras de equipamentos 5G da Huawei serão barradas a partir do fim deste ano. No início deste ano, o Reino Unido já havia dito que gostaria de reduzir sua exposição aos equipamentos da empresa chinesa em suas redes.
Executivos de empresas do ramo de telecomunicação do Reino Unido afirmaram que impor um prazo curto para a retirada dos equipamentos da Huawei de suas redes levaria a blecautes na cobertura para os consumidores, além de custar bilhões de libras e atrasar a introdução do 5G.
EUA exercem influência contra a Huawei
A decisão, tomada na Câmara dos Comuns nesta terça-feira, vem de encontro à pressão exercida pelos Estados Unidos junto a países europeus para bloquear a atuação da Huawei.
Altas autoridades norte-americanas, lideradas pelo consultor de segurança nacional, Robert O’Brien, e representantes da Alemanha, Itália, França e do próprio Reino Unido estão em Paris, nesta semana, para discutir sobre o assunto.
Em maio, o presidente Donald Trump elevou sua pressão sobre a gigante da teconologia chinesa, impondo regras de exportação para impedir que fornecedores mundiais comercializem os chips da Huawei, os quais foram criados com recursos norte-americanos. O Parlamento britânico utilizou tal argumento para questionar a qualidade dos produtos da Huawei no longo prazo.
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Por diversas vezes, autoridades norte-americanas dizem que Pequim pode utilizar a Huawei como forma de espionagem em redes 5G, o que proporcionaria o fornecimento de informações em alta velocidade para serem utilizadas em tecnologias futuras, como em veículos autônomos.
É esperado que a decisão britânica intensifique as discussões sobre um possível afastamento dos países do Ocidente da tecnologia chinesa, sob o fator princial sendo a Huawei. O assunto tornou-se destaque nos últimos meses devido à dependência de suprimentos médicos fabricados na China em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
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