Huawei levantará fábrica em Xangai para vencer sanções dos EUA, diz jornal

A Huawei planeja construir uma fábrica de chips em Xangai, que não usaria tecnologia norte-americana, para vencer as sanções dos Estados Unidos. Segundo informações do jornal Financial Times, a operação garantiria à empresa suprimentos para seus principais negócios.

De acordo com a publicação do jornal no último sábado (31), a planta da Huawei seria administrada por um parceiro, o Shanghai IC R&D, companhia de chips que possui o apoio do governo da cidade.

Especialistas do setor disseram que o plano pode fazer com a Huawei, que não tem experiência no segmento de chips, traçar um caminho para a sobrevivência no longo prazo. A gigante chinesa enfrenta fortes embates com o governo de Donald Trump, sobretudo no que se refere à tecnologia 5G, mas ainda assim é a segunda empresa que mais vendeu smartphones em todo o mundo no terceiro trimestre.

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Um executivo da indústria de semicondutores disse ao Financial Times que “se [a operação] tiver sucesso, pode se tornar uma ponte para um futuro sustentável para seus negócios de infraestrutura“. A nova planta inicialmente fará experiências com a fabricação de chips de 45 nm de baixo custo, uma tecnologia líder global em fabricação de chips utilizada há 15 anos.

A companhia, no entanto, pretende produzir chips de 20 nm até o fim de 2022. Os itens poderiam ser usados ​​para fabricar a maior parte de seus equipamentos de telecomunicações 5G, permitindo que os negócios continuem mesmo com as sanções estadunidenses.

Plano da Huawei pode influenciar a relação entre China e Estados Unidos

O projeto da Huawei, revelado pela primeira vez pelo jornal chinês Caixin em setembro, também pode colaborar com as ambições da China de se livrar de sua dependência da tecnologia de chips estrangeiros, principalmente dos norte-americanos, que querem impedir a ascensão chinesa enquanto potência econômica e tecnológica.

A gigante chinesa já tem investindo no setor doméstico de chips, especialmente entre operadoras menores, informou um executivo ao Financial Times.

“A Huawei tem grandes habilidades em design de chips e estamos muito felizes em ajudar uma cadeia de suprimentos confiável a desenvolver suas capacidades na fabricação de chips, equipamentos e materiais. Ajudá-los é ajudar a nós mesmos ”, disse o CEO rotativo da Huawei, Guo Ping, a jornalistas em setembro.

No dia 23 de setembro, a Huawei informou que nos primeiros nove meses deste ano, a receita cresceu 9,9% frente ao reportado no mesmo período do ano passado, para 671,3 bilhões de iuanes, cerca de US$ 100,30 bilhões na cotação atual. No terceiro trimestre, o faturamento cresceu 3,7%, para 217,3 bilhões de iuanes, mesmo com as restrições norte-americanas e o impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) nos negócios.

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Jader Lazarini

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