A Huawei poderá ultrapassar a Samsung e assumir a liderança mundial de venda de smartphones. No segundo trimestre deste ano, em razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19), as vendas de celulares no mundo apresentaram queda de 20,4%, conforme foi apontado pelo levantamento da consultoria Gartner.
Ao todo, foram, aproximadamente, 294,7 milhões de celulares comercializados entre abril e junho, contra 370,3 no mesmo período ano passado. A Samsung, apesar de manter a liderança, foi a fabricante que mais perdeu em vendas. Por sua vez, a Huawei, que ocupa o segundo lugar, apresentou uma queda em menor medida, o que fez a chinesa escalar no ranking.
A sul-coreana registrou baixa de 27,1% na comercialização de smartphones, em comparação com 2019, perdendo quase dois pontos percentuais de market share, ficando com 18,6%, mas ainda na liderança mundial, com quase 55 milhões de celulares vendidos.
Já a Huawei escalou 2,7 pontos percentuais após comercializar 54 milhões de unidades e chegar a 18,4% do mercado. As vendas caíram 6,8%, em relação ao mesmo período no ano passado.
Se a tendência for mantida, a chinesa poderá ultrapassar a Samsung em breve. No final de 2018, diretores da Huawei afirmaram que essa “ultrapassagem” poderia acontecer ao longo de 2020.
Quase todos os grandes mercados, exceto a China, sofreram algum tipo de restrição durante o segundo trimestre. “As restrições de viagens, os fechamentos de lojas e um gasto mais prudente em produto não essenciais durante a pandemia provocaram a segunda queda trimestral consecutiva na venda de smartphones neste ano”, disse a dirigente de pesquisa da Gartner, Anshul Gupta.
Em terceiro lugar do ranking está a norte-americana Apple, com participação de 13% do mercado e 38 milhões de iPhones vendidos, com queda de 0,4% nas comercializações. As quarta e quinta colocações são representadas por duas companhias chinesas, Xiaomi e Oppo, com 8,9% e 8% do mercado, respectivamente, e quedas de 21,5% e 15,9%.
As demais fabricantes acumularam, juntas, participação de 33,2% no mercado, com 97,7 milhões de unidades vendidas, queda de 28,8%, em relação ao segundo trimestre de 2019.
Huawei: China se opõe à ampliação de sanções dos EUA
O Ministério de Relações Exteriores da China repudiou a ampliação das restrições dos Estados Unidos à gigante da tecnologia asiática Huawei. Em entrevista coletiva, o ministro Zhao Lijian disse que o país tomará as ações necessárias para proteger as empresas chinesas.
No início deste mês, Hua Chunying, outro porta-voz da diplomacia da China, disse, em sua conta pessoal do Twitter, que algumas pessoas em território norte-americano estão tentando “sabotar” as relações entre os dois países e atrapalhar o desenvolvimento do país através dos impactos sobre a Huawei.
“Mas nós acreditamos que o diálogo em vez da confrontação é o que os dois povos querem. O futuro da China será determinado pelos chineses”, escreveu a Chunying.
Em entrevista à Fox News, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endossou o discurso de que os equipamentos da gigante da tecnologia chinesa podem ser utilizados para espionar cidadãos estadunidenses.
O secretário de Estado do país, Mike Pompeo, por sua vez, afirmou os norte-americanos vão bloquear o acesso da empresa a chips e outras tecnologias oriundas dos Estados Unidos.
“Hoje, desferimos um golpe direto na Huawei e no repressivo Partido Comunista Chinês ao limitar ainda mais a capacidade da Huawei de adquirir a tecnologia dos Estados Unidos e comprometer a integridade das redes mundiais e das informações privadas dos americanos”, publicou o secretário em seu Twitter.