Huawei abre contestação legal contra os Estados Unidos
A Huawei, gigante asiática da tecnologia, entrou com uma contestação legal contra os Estados Unidos. A companhia pretende impedir a vigência da decisão da Comissão Federal de Comunicações (FCC), a qual restringe a capacidade da companhia operar em solo norte-americano.
A Huawei informou que o pedido da comissão, fazendo com que as operadoras rurais dos Estados Unidos não possam um fundo de subsídio de US$ 8,5 bilhões por ano para comprar equipamentos da Huawei e de outras empresas de origem chinesa, transgride seus direitos e rotula injustamente a empresa como uma ameaça à segurança do país.
“A FCC não deve interromper esforços conjuntos para conectar comunidades rurais nos Estados Unidos”, reforçou Song Liuping, diretor jurídico da Huawei, em comunicado.
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O recurso judicial faz parte da nova estratégia da Huawei em usar de maneira mais agressiva os meios legais com o objetivo de perseguir os concorrentes nos Estados Unidos e em outras lugares, ao passo que também realiza uma ampla campanha de relações públicas.
No início do ano, a gigante asiática entrou com uma ação no tribunal federal do Texas argumento contra uma lei que interrompe as vendas de seus produtos ao governo federal e contratados. Também procurou acionar judicialmente críticos na Europa, incluindo um pesquisador francês e um jornal na Lituânia.
Huawei encontra impedimento na América do Norte
A Huawei se destaca mundialmente na fabricação de equipamentos de telecomunicações, além disso, é uma das pioneiras na tecnologia 5G e a segunda maior vendedora de smartphones do planeta. Todavia, seus produtos estão praticamente fora de alcance no território estadunidense, pois o governo de Donald Trump considera a empresa um perigo à nação.
Os poucos clientes da Huawei nos Estados Unidos no segmento de telecomunicações incluem pequenas operadoras sem fio que cobrem as áreas rurais.
Os clientes da companhia elogiam os produtos e mostram-se satisfeitos com o serviço prestando. Porém, a FCC, em seu pedido de 22 de novembro, disse que a Huawei e seu principal rival chinês “têm laços estreitos com o governo e aparelhos militares chineses e estão sujeitos às leis chinesas que exigem que eles ajudem na espionagem”.
Durante o governo Trump, os Estados Unidos reforçaram sua campanha contra a Huawei, que é uma das empresas de tecnologia mais reconhecidas na Ásia. A companhia, por sua vez, ressalta que atua independentemente de Pequim e nunca espionaria em nome de nenhum governo.
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No ano passado, a Huawei gerou mais de US$ 100 bilhões em receita. Além de restringir as restrições à capacidade da empresa de operar nos Estados Unidos, Trump pressionou países próximos a impedir que a companhia propague suas redes 5G de última geração.
Além disso, o governo incluiu a Huawei a uma espécie de “lista negra” do Departamento de Comércio dos EUA. Não obstante, o departamento começou recentemente a conceder isenções a empresas nacionais para que elas possam retomar as exportações.