Honda anuncia fim da produção de automóveis na Argentina

A montadora japonesa Honda anunciou nesta terça-feira (13), que parará de produzir, no próximo ano, automóveis na Argentina, em sua fábrica na cidade de Campana. A fábrica em questão, produz o modelo HR-V.

Em nota, a Honda informou que a fábrica continuará a produção de motocicletas na Argentina. “Visando fortalecer a estrutura do negócio de automóveis, diante das abruptas mudanças da indústria automotiva ao redor do mundo, a Honda tem buscado reforçar a coordenação e colaboração inter-regional, otimizando a alocação e capacidade produtiva de automóveis globalmente”, informou a empresa.

Na Argentina, a marca oriental continuará atuando na comercialização de automóveis e nos serviços pós-venda. A fábrica da montadora na Argentina, detém cerca de 1000 funcionários.

O parque produtivo brasileiro tem grande integração com a forte indústria automotiva argentina, ambas são parceiras em exportação de veículos e peças, de um país para o outro e vice-versa.

Mercado teme reviravolta na Argentina

O mercado reagiu muito negativamente a derrota no último domingo (11) do atual presidente da Argentina, Maurício Macri, nas primárias da eleições presidenciais que ocorrerão em outubro.

A Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou em queda de 34,14%  aos 29.195,39 pontos na última segunda-feira (12). A cotação do peso argentino, por sua vez, a cair 30,4% em comparação ao dólar. A moeda norte-americana está sendo negociada por volta de 60 pesos.

Saiba mais: Bolsa argentina cai 34,14% após resultado das eleições prévias

O Banco Central argentino subiu os juros em 10,3% para tentar conter o dólar. As taxas passaram de 63,7% para 74% ao ano. Além disso, a instituição monetária central argentina vendeu US$ 50 milhões em reservas. O risco-país atingiu 9,05 pontos percentuais, com uma alta de 0,33 ponto percentual.

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Os títulos da dívida pública do país vizinho registraram quedas de 18 a 20 centavos nos papéis com vencimentos à 10 anos. Com essa queda, os títulos argentinos acabaram negociados por 60 centavos ou menos. Essa é primeira vez desde 2001 que papéis da dívida, ações e peso argentinos tiveram esse tipo de queda simultânea.

Com a forte crise econômica enfrentada pelo país, o mercado teme uma reviravolta política, o que deve fazer com que empresas como a Honda saiam da Argentina.

Rafael Lara

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