Hidrelétrica de Retiro Baixo suspende operações após desastre da Vale
A hidrelétrica de Retiro Baixo (MG), suspendeu suas operações. De acordo com comunicado da Eletrobras na última terça-feira (29), a paralisação é para preservar os equipamentos.
“Foi interrompida a operação da usina, realizados testes de vertedouro e fechadas as tomadas de água para preservar os equipamentos”, afirmou a Furnas, subsidiária da Eletrobras e sócia da hidrelétrica de Retiro Baixo, dias após a barragem da Vale ser rompida em Brumadinho (MG).
A usina tem capacidade para 82 megawatts e tem como sócios a Furnas, subsidiária da Eletrobras, e também a Cemig.
A Furnas afirmou que “está em contato com as autoridades competentes para avaliar os reflexos causados pelo deslocamento da lama e tomar novas providências”.
Além disso, garante que “a barragem de Retiro Baixo está em condições adequadas de segurança”. De acordo com a empresa, a barragem foi fiscalizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2018.
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A suspensão das operações não possui efeitos relevantes na oferta de energia, porque a unidade é de pequeno porte. No entanto, a paralisação pode se prolongar de acordo com a quantidade e densidade dos rejeitos.
Números da tragédia
Nesta quarta-feira (30), foram retomadas as buscas em Brumadinho. Esse é o 6º dia de trabalho e possui o agravante da lama estar mais seca, o que dificulta o trabalho de buscas.
No entanto, de acordo com a Defesa Civil de Minas Gerais, até o momento foram confirmados:
- 84 mortos (51 identificados);
- 276 desaparecidos (106 funcionários da Vale e 170 terceirizados ou moradores da cidade).
Hidrelétrica não funciona desde Mariana
Além da hidrelétrica de Retiro Baixo, a de Candonga (MG), ainda não retomou os trabalhos desde 2015 por conta do fluxo de rejeitos do rompimento da barragem da Samarco, empresa da Vale e da BHP, localizada em Mariana (MG).