Os papéis da Hering (HGTX3) disparam mais de 30% nesta quinta-feira (15), após a varejista de roupas descartar a proposta de fusão da Arezzo (ARZZ3). Às 11h30, as ações subiam 30,99%, negociadas a R$ 21,90. Por sua vez, a empresa de calçados também observa seus papéis subirem 8,03%, cotados a R$ 80,65.
Ontem o conselho de administração da Hering decidiu, por unanimidade, rejeitar a proposta da Arezzo para uma potencial combinação de negócios. A varejista de roupas explicou em seu documento que seus conselheiros consideram que a proposta não atenta ao melhor interesse dos acionistas e da própria companhia.
Para tomar tal decisão, a Hering foi assessorada pelo BR Partners e pelo escritório de advocacia Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados. A Arezzo havia feito a oferta de fusão à varejista de têxtil no dia 7 de abril, quando enviou uma carta para a companhia.
Fusão entre Hering e Arezzo beneficiaria ambas as companhias
Os especialistas apontam que a possível combinação de negócios seria interessante para as duas empresas, mas no futuro. Segundo o relatório da Guide Investimentos, esse movimento é positivo e demonstra que o ativo da Hering segue cobiçado no mercado, principalmente pelo poder de marca da companhia.
Mas a avaliação do documento é que esse não é o momento ideal para a venda do controle da Hering, que segue em sua transformação digital.
Já para a Arezzo, a Guide também vê o movimento com bons olhos, visto que a empresa comprou a Reserva e conseguiu integrar as operações em menos de cinco meses. “Isso mostra que a companhia segue com apetite para novas aquisições ainda mais agressivas”, comentou a Guide.
Para o gerente de research da Ativa Investimentos, Pedro Serra, a possível fusão seria benéfica para ambas as companhias, entretanto, é necessário avaliar o valor oferecido na proposta, o que não foi divulgado. “As duas companhias no passado já trocaram expertises entre si, então não vemos como algo tão surpreendente essa possibilidade de fusão.”
Segundo ele, a Arezzo tem o plano de ser uma plataforma de marcas. Por isso, trazer a Hering seria uma boa alternativa, já que ela tem um mercado endereçável nas classes B e C. “Entretanto, o ativo da Hering possui uma marca mais fraca que a Arezzo e isso deveria ser um ponto de atenção nessa possível fusão”.
Já para a Hering, a expertise da administração da Arezzo poderia significar uma virada de jogo para a companhia. “A Hering já tenta há algum tempo essa mudança e o management não tem conseguido executar com sucesso”, concluiu Serra, da Ativa.