O dono da varejista Havan, Luciano Hang, ainda tem a intenção de realizar uma barulhenta oferta de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), contudo, desta vez segue o processo “by the book”. As informações são do Pipeline.
De acordo com o site, o dono da Havan está fazendo um “non-deal roadshow”, levando gestores em suas lojas no interior, para explicar in loco o modelo de negócios, segundo três fontes.
Em 2020, a empresa teve menor contato com investidores institucionais e Hang afirmava que seu negócio se vendia sozinho, no entanto a estratégia não funcionou, sobretudo no valuation de R$ 100 bilhões pedido.
Diante disso, a Havan e o sindicato de bancos atualmente têm evitado falar em valores, contudo, segundo os gestores, o patamar de expectativas já mudou. Apesar de potenciais investidores estimarem um valor próximo de R$ 50 bilhões, bancos próximos acham difícil convencer Hang a lançar por muito menos que R$ 65 bilhões, informou o site.
A empresa informou em março deste ano que ter retomado a operação de sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de São Paulo após ter anunciado no final do ano passado sua desistência.
A previsão é que a estreia da empresa na Bolsa de Valores de São Paulo ocorra ainda neste ano.
As estimativas dependem do cenário do mercado nos próximos meses e da volatilidade, a qual atrapalha os IPOs por aumentar a aversão ao risco nos investidores.
A companhia implementou nos últimos meses o Retira Fácil e o Ship from Store. O crescimento de vendas do e-commerce no primeiro trimestre foi de 863% – os gestores ponderam que sobre uma base que ainda era irrelevante no início do ano
passado.
Os investidores gostaram, no entanto, do avanço de serviços financeiros, que correspondem a quase 5% do faturamento neste início de ano – a recorrência de compras no cartão da loja é de quase seis vezes ao ano.
Governança é um item menos explorado nas conversas pelo empresário, que destaca a estruturação de um conselho de administração com membros independentes. Por enquanto são três conselheiros: Hang e os economistas Nilvio
Fecchio e Felix Teiss.
Segundo as fontes, Hang está otimista com a oferta, uma vez que conseguiu segurar as vendas em ano de pandemia e aumentar margem. No ano passado, a Havan teve receita bruta de R$ 10,5 bilhões, mantendo o patamar do ano
anterior. O lucro aumentou para R$ 499 milhões e a margem Ebitda saiu de 14% para 20%.