As seguradoras e operadoras de plano de saúde Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3), que negociam fusão de seus negócios, estariam devendo pouco mais de R$ 450 milhões ao Sistema Único de Saúde, o SUS, segundo a Agência Nacional de Saúde, a ANS.
De acordo com matéria do jornal Valor Econômico, um levantamento feito mostrou que a Hapvida deve cerca de R$ 221,6 milhões e a NotreDame Intermédica, R$229,6 milhões.
Os valores são relativos às vezes em que usuários de planos de saúde são atendidos pela rede pública. A unidade que atende, no caso, identifica a pessoa e encaminha os valores do serviço para a ANS, responsável por cobrar dos planos os valores referentes aos serviços prestados.
Entre as cinco maiores operadoras de planos do Brasil, Hapvida e NotreDame Intermédica são as únicas que apresentam Índice de Efetivo Pagamento em 0%.
Os dados são acumulados pela Agência Nacional de Saúde desde 2001, mas o acompanhamento ficou mais intenso nos últimos anos.
Hapvida e NotreDame Intermédica discordam do valor cobrado
Ainda segundo o Valor, a NotreDame afirmou não dever nada ao SUS e que realiza os pagamentos pertinentes por meio de afiliadas. Quando preços são considerados indevidos, eles são discutidos na justiça.
Santamália Saúde e Samed, filiadas da NotreDame Intermédica, apresentaram IEPs, respectivamente, 44% e 100%, com R$ 13,6 milhões e R$ 3,6 milhões pagos. Os montantes, porém, estão longe do que a ANS cobra da companhia.
A Associação Brasileira dos Planos de Saúde, representando a Hapvida, alegou que discorda da forma e dos valores de cobrança, e que a operadora vem preferindo responder por eles na justiça.
A avaliação da ANS é que, pelas características da Hapvida e da Intermédica, ambas muito verticais, muitos clientes acabam optando por utilizar alguns serviços na rede pública de saúde, o que diminui a sinistralidade e se torna algo positivo para os negócios.
Desde o anúncio da fusão, Hapvida e NotreDame Intermédica tiveram uma valorização de R$ 32,5 bilhões na B3.