A Hapvida (HAPV3) prepara uma oferta de ações que pode levantar até R$ 2,67 bilhões. Segundo o fato relevante divulgado na noite do último domingo (11), a operação conta com 100 milhões de ações primárias (quando os recursos entram no caixa da empresa) e cerca de 33,33 milhões de papéis secundários (quando atuais acionistas vendem suas participações).
Além da oferta base, a operação que será pública ainda pode ser acrescida em 46,66 milhões de ações secundárias até a finalização do processo de bookbuilding. Atualmente, as ações da Hapvida são negociadas a R$ 14,87 na Bolsa.
O início do período de subscrição acontecerá na próxima terça-feira (13), com o término na próxima segunda-feira (19). No dia seguinte, acontecerá o encerramento do processo de bookbuilding, com a fixação do preço por ação.
Após a reunião do Conselho de Administração com o intuito de aprovar o aumento do capital social da companhia, as novas ações devem começar a ser negociadas na Bolsa no dia 23 de abril. O movimento da empresa acirra o pipeline de crescimento acelerado do setor de saúde no Brasil.
Segundo a Hapvida, os recursos líquidos oriundos da oferta serão destinados para o investimento na estrutura da companhia e das novas aquisições já realizadas, além de financiar o crescimento inorgânico da empresa. Qualquer recurso líquido remanescente será utilizado para fortalecimento do caixa.
A empresa salienta que o acionista que não exercer o direito de prioridade na subscrição das ações será diluído no capital social da companhia. Considerando as ações adicionais, os custos de distribuição podem atingir R$ 65,52 milhões, com despesas com auditores, advogados, consultores e comissões dos coordenadores da oferta.
A operação será coordenada por BTG Pactual (BPAC11), Bank of America, Itaú BBA, XP, Credit Suisse e Citigroup. Haverá esforços de colocação no exterior.
Hapvida mostra desafios do crescimento por aquisições no 4T20
A Hapvida publicou seus resultados do quarto trimestre de 2020 no mês passado, com a companhia apurando um lucro líquido de R$ 94,3 milhões, queda de 55,2% ao registrado em 2019. O aumento de custos se sobrepôs ao crescimento inorgânico.
Entre outubro e dezembro, a companha atingiu uma receita líquida de R$ 2,2 bilhões, desacelerando do crescimento de 62% no terceiro trimestre para 27,3% na base anual.
O resultado foi impulsionado justamente pela expansão orgânica. A empresa apresentou uma alta de 6,6% no número de beneficiários de planos de saúde, chegando a 3,74 milhões. Já o número de beneficiários de planos odontológicos atingiu 2,92 milhões, um aumento de 4% em relação ao quarto trimestre de 2019.
Apesar dos resultados fracos e da tendência de continuidade no curto prazo, o BTG se diz otimista em relação ao papel.
“Em nossa opinião, a empresa parece determinada a continuar fazendo seu dever de casa, reforçando sua rede de fornecedores e aprimorando sua vantagem competitiva no mercado brasileiro de HC”, comentou o banco de investimento sobre a Hapvida.