A Hapvida (HAPV3) fechou a compra do Hospital Octaviano Neves, localizado em Belo Horizonte (MG), por meio da sua subsidiária Ultra Som Serviços Médicos. Com a compra, a companhia de saúde passará a deter pelo menos 73% do hospital.
Contudo, segundo o fato relevante da Hapvida, a operação pode chegar a 100% do capital da empresa, com valor de R$ 134 milhões, que inclui o imóvel do hospital e o estacionamento e a clínica anexos à unidade.
O hospital foi fundado em 1964 e, segundo a Hapvida, oferece atendimento numa região privilegiada de Belo Horizonte, com estrutura de assistência médica completa, incluindo maternidade, pronto-atendimento, laboratório de análises clínicas, serviço de diagnóstico por imagem, atendimento ambulatorial para diversas especialidades e centro cirúrgico.
O hospital, com 7,9 mil m² de área construída, conta com 156 leitos operacionais incluindo 45 leitos de UTI, sendo 30 de UTI neonatal e 15 de UTI adulto.
A operadora lembra que a região de saúde que engloba a grande Belo Horizonte conta com uma população de mais de 6 milhões de habitantes e cerca de 2 milhões de beneficiários de planos de saúde privados.
“A transação é sinérgica do ponto de vista operacional uma vez que o Hapvida possui, atualmente, cerca de 320 mil beneficiários em planos de saúde na região”, afirma a companhia em seu comunicado arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A Hapvida assumirá o montante de até R$ 16 milhões de dívida líquida apurada na data-base da compra, que ainda pode sofrer ajustes. A operação não prevê direito de retirada.
BTG vê potencial na Hapvida para 2022
O BTG Pactual (BPAC11) manteve suas preferências no setor de saúde e reiterou a escolha da Hapvida e NotreDame Intermédica (GNDI3) para o próximo ano.
Em relatório do setor de saúde assinado por Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima, o banco de investimentos aponta: “Reiteramos HAPV3 e GNDI3 como nossas escolhas para o próximo ano. A dinâmica dos ganhos deve melhorar gradualmente, a aprovação da fusão está chegando mais perto (estamos desenhando no início do próximo ano) e o valuation parece atraente desde que as sinergias de negócios ainda não estão precificadas.”
O banco avalia como promissor o setor, citando resiliência e um baixo risco. “Gostamos da exposição aos cuidados de saúde agora, particularmente para investidores que buscam mais proteção”, explica o relatório.
Já em relação aos hospitais, o documento cita a ligeira diminuição na ocupação, comparando o terceiro trimestre deste ano com o segundo, e destaca ainda que a agenda de fusões e aquisições continua intensa.
O BTG segue: “Apesar de postar taxas de ocupação mais baixas em uma base trimestral, a dinâmica dos ganhos permanece (em uma base relativa) sólida para hospitais, que estão se beneficiando da recuperação gradual em procedimentos eletivos à medida que as hospitalizações da Covid começam a diminuir.”
Além disso, consideram que a agenda de fusões e aquisições continua “intensa” para as companhias do setor de saúde listadas em bolsa, como a recente compra da Hapvida, “permitindo importantes aumentos de capacidade ao longo desse e dos próximos trimestres.”
Com informações do Estadão Conteúdo