Hapvida (HAPV3): banco ajusta estimativas para 2024; confira
Em seu mais recente relatório sobre a Hapvida (HAPV3), o Goldman Sachs (GSGI34) fez uma previsão sobre os resultados do quarto trimestre da companhia, além de ter reduzido as estimativas de lucro ajustado para 2024 e 2025.
No texto, o banco reduziu as estimativas de lucro líquido ajustado da Hapvida para a faixa de 10% a 11% entre 2024 e 2025, com ganhos entre R$ 1,43 bilhão e R$ 2 bilhões.
“Prevemos uma desaceleração um pouco mais forte no crescimento médio do ticket para esses períodos e tentamos incorporar tendências mais suaves de custos unitários para refletir a difícil base de comparação do 3T23 – ou seja, frequência de utilização inferior ao normal devido ao inverno mais quente e menor incidência de doenças respiratórias sazonais”, pontuaram os analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira.
Neste cenário, o banco acredita em uma melhora do medical loss ratio (MLR), o indicador que mede a sinistralidade da Hapvida, de 170 pontos-base no 4T23, levando a um Ebitda ajustado de R$ 881 milhões.
Além disso, após análise dos dados sobre as taxas de ocupação dos hospitais conveniados da Hapvida, o banco observou uma tendência de queda no indicador na região Nordeste do país, o que poderia potencialmente corroborar a visão de uma utilização de frequência não recorrente e abaixo do normal no 3T23.
Ainda para o Goldman, não há sinais de adições líquidas positivas no 4T23, e se espera que as perdas de adesão continuem ao longo do primeiro semestre de 2024. “Caso se desenvolva um cenário de aceleração do desemprego daqui para a frente, o ambiente de adições líquidas dos beneficiários para a empresa provavelmente ficará mais difícil”, acrescenta.
O Goldman tem recomendação de ‘compra’ para as ações de Hapvida, com preço-alvo a R$ 5,40. O balanço completo do 4T23 da Hapvida será divulgado no dia 27 de março de 2024.
Hapvida (HAPV3): XP vê “muito barulho sobre o risco real da empresa” em notícias sobre decisões judiciais
Depois de uma semana para esquecer, quando perdeu mais de R$ 2 bilhões em valor de mercado, a XP vê a polêmica envolvendo a Hapvida sobre decisões judiciais como incompatível com o risco real. Diante disso, a corretora mantém a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 5,7.
Isso porque, em relatório publicado ontem, a XP afirma que os processos cíveis com risco provável ou possível somam R$ 2,3 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão está diretamente relacionado aos beneficiários, ou seja, menos da metade do valor total.
Na visão de Rafael Barros e Raphael Elage, olhando os números da Hapvida de perto, eles não são tão assustadores assim, já que os valores de risco provável estão totalmente provisionados, enquanto nenhuma provisão é feita em caso de risco possível de perdas.
“Nesse sentido, de acordo com os números da empresa, há R$ 1,8 bilhão de processos cíveis não provisionados, dos quais R$ 816 milhões envolvem diretamente os beneficiários, ou R$ 2,3 bilhões e R$ 1 bilhão no total, respectivamente. Este último valor representa um terço da perda total de valor de mercado no pregão de quinta-feira (quando caiu quase 7%), o que nos leva a supor que a queda foi exagerada”, explica a corretora.
A XP, inclusive, está otimista com o futuro da operadora de planos de saúde. Para 2024, a expectativa é de um lucro líquido ajustado da Hapvida de R$ 1,41 bilhão, enquanto para 2025 de R$ 2,20 bilhões e para 2026 de R$ 2,76 bilhões.
Hapvida: o que está acontecendo com a empresa?
Na quinta-feira da semana passada, o jornal o Estado de S.Paulo mostrou que a Hapvida está sendo investigada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) por se negar, diversas vezes, a cumprir decisões judiciais que concediam tratamentos aos seus beneficiários.
A notícia caiu como uma bomba no mercado e fez as ações da Hapvida caírem 6,98% no pregão do último dia 18 de janeiro, fazendo com o que a operadora perdesse R$ 2,2 bilhões em valor de mercado, colocando dúvidas e incertezas na cabeça dos investidores.
Segundo a publicação, há vários casos em que a Hapvida não prestou o atendimento solicitado por decisões judiciais.
Em comunicado enviado ao mercado assim que a notícia venho à tona, a maior operadora de plano de saúde do Brasil afirmou categoricamente que “não há prática deliberada de descumprimento de decisões e justificou que o setor de saúde suplementar vem enfrentando uma crescente judicialização”.
Para a Hapvida, essa prática judicial vem sendo utilizada antes mesmo de uma conciliação pelos canais das operadoras e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sendo que, em alguns casos, envolvem fraudes e solicitações de coberturas não contratadas. “Essa judicialização gera um prejuízo para toda a população, refletindo, por exemplo, em reajustes nos planos de saúde de todos os clientes”.
Desempenho das ações de Hapvida
Cotação HAPV3