A Hapvida (HAPV3) tem um dia do caos nesta quarta (1º). Após reportar um prejuízo de R$ 316,7 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), as ações da operadora de saúde desabaram mais de 35% no Ibovespa. Além disso, analistas jogaram facões nos papéis da empresa.
No Ibovespa hoje, as ações da Hapvida entraram em leilão após amargarem uma queda de 22,49%. Fecharam em queda de 32,72%, cotadas a R$ 3,02. Ontem (28), o papel encerrou a sessão a R$ 4,52.
Até o momento, o Credit Suisse foi o mais feroz no ataque e rebaixou as ações da Hapvida de outperform (equivalente à compra) para neutra. O preço-alvo também foi cortado para R$ 4,40 (antes, era R$ 6,50).
A Genial Investimentos seguiu com a recomendação de manutenção dos papéis, mas derrubou o preço-alvo de R$ 8,50 para R$ 5.
Hapvida: Balanço do 4T22
No balanço apresentado ao mercado na última terça (28), a Hapvida registrou um prejuízo líquido consolidado de R$ 316,7 milhões no 4T22. No mesmo período do ano passado, o resultado havia sido de um lucro de R$ 200,2 milhões.
Nos números ajustados, o plano de saúde teve lucro líquido de R$ 161,1 milhões, resultado 56,1% menor que o registrado no mesmo período de 2021. No comunicado, a empresa explicou que as demonstrações financeiras incluem os onze meses das operações da Notre Dame Intermédica. A receita líquida consolidada aumentou 150% ante o 4T21 e foi para R$ 6,5 bilhões.
“Individualmente, as receitas crescem mesmo com o impacto do reajuste negativo dos planos individuais, estimados em R$ 18 milhões para Hapvida e em R$ 11,7 milhões para a Notre Dame. A partir de maio de 2022, os contratos existentes elegíveis de planos individuais passaram a sofrer o reajuste de 15,5%”, ressaltou a empresa no relatório.
Entre outubro a dezembro de 2022, o Ebitda (Lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) da Hapvida ficou em R$ 528,9 milhões, crescimento de 36,2% no panorama anual.
Guilherme Vianna e Luiz Assis, analistas da Genial, dizem que o resultado não foi muito animador: “Acreditamos que o resultado do 4T22 ainda não trouxe a luz no fim do túnel para a operadora de planos de saúde”.
“Vemos os resultados como muito negativos, especialmente porque eles apontam para um curto e médio prazo difícil em termos de crescimento e margens”, aponta Rafael Barros, analista da XP, sobre os números da Hapvida.
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