Hapvida (HAPV3): BTG vai na contramão de analistas de bancos e recomenda compra das ações
Nesta sexta-feira (13), o BTG Pactual manteve a recomendação de “compra” para as ações da Hapvida (HAPV3), na contramão do JP Morgan, Bank of America, Bradesco BBI e Goldman Sachs, que rebaixaram as recomendações para “neutro”.
O preço-alvo para os papéis da Hapvida é R$ 10, segundo o BTG.
Neste ano, ocorrerá um aumento de preços para os planos individuais de saúde. O BTG Pactual estima que o reajuste será de 9%, abaixo do pico de 15,5% no ciclo 2022-2023. Para fazer o cálculo, o BTG utilizou os últimos dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dos últimos 9 meses de 2022.
O BTG lembra que a Hapvida é a operadora com maior exposição aos planos individuais de saúde, que representam atualmente 18% da base de membros, ou mais de 25% da sua receita líquida.
Depois da Hapvida, os players mais relevantes no segmento de saúde, segundo o BTG, são a Amil, com 16% da base de membro, a Prevent Senior e a Atena, com 26%.
“Uma vez que outros grandes players nacionais não vendem mais os planos de saúde Individuais e não têm exposição significativa ao segmento, caso da SulAmérica (4% da base) e da Bradesco Saúde (3%)”, explicam os analistas do BTG.
Assim, o BTG conclui que a rodada de altas de preços deverá contribuir para o regresso gradual da Hapvida aos níveis de rentabilidade históricos.
No setor de saúde, as preferências do BTG são a Rede D’Or (RDOR3), a Hapvida, a Viveo (VVEO3) e a Mater Dei (MATD3). “Todos eles estão bem posicionados para crescer e consolidar o setor de saúde”, ressalta.
Visão dos outros analistas
Na quarta (12), o Goldman Sachs rebaixou a recomendação para as ações da Hapvida de “compra” para “neutro”. Os analistas cortaram também o preço-alvo de R$ 8,50 para R$ 6.
O Goldman Sachs segue otimista com a tese de consolidação do setor de saúde, mas acredita que o ponto de entrada atual das ações da Hapvida não é atraente. As ações fecharam a quinta em queda de 5,43%, cotadas a R$ 4,35.
Na segunda-feira (9), o Bank of America, JP Morgan e Bradesco BBI rebaixaram as suas recomendações dos papéis da Hapvida para “neutro”. Depois disso, as ações despencaram 11%.
“Os resultados estão deteriorando significativamente desde o M&A com a NotreDame Intermédica e acreditamos que a companhia esteja passando por mudanças estruturais, especialmente em termos de MLR [medical loss ratio, em inglês; um indicador de sinistralidade]”, disse o BofA.
Além disso, os analistas destacam os múltiplos atuais, considerados excessivos. As ações da Hapvida negociam cerca de 29x o lucro estimado para 2023.
O BBI destacou ter uma visão “mais cautelosa” com as margens após ver os números da Hapvida do último trimestre – e cortou em 18% as estimativas para o Ebitda e 40% as projeções de lucro – para R$ 3,65 bilhões e R$ 965 milhões, respectivamente.
Ações da Hapvida
As ações da Hapvida fecharam em queda de 2,30%, cotadas a R$ 4,25, nesta sexta-feira (13).