Hapvida (HAPV3), Rede D’Or (RDOR3) e mais: BTG vê cenário desafiador para setor de saúde, mas elege suas favoritas; veja recomendações
Em relatório, o BTG Pactual afirmou que as empresas de saúde devem apresentar uma melhoria gradual, com a integração de fusões e aquisições continuando no centro dos desafios. Neste contexto, o banco mantém a Hapvida (HAPV3) como sua escolha preferida para o setor.
“A Hapvida reconhece que a integração do sistema com o Grupo NotreDame Intermédica (GNDI) será um grande desafio este ano, mas o processo já está em andamento e está sendo implementado gradualmente para minimizar interrupções para os beneficiários”, explica o BTG.
Segundo o banco, a empresa está focada em limitar a rotatividade, então não é esperado fazer ajustes na rede até pelo menos junho. Dessa forma, a Hapvida busca direcionar a discussão para a melhora da sinistralidade (MLR) no longo prazo.
“O objetivo é alcançar um MLR de 68% e uma margem Ebitda de 15%, mas eles não querem estabelecer um prazo específico”, afirma o BTG, que recomenda compra das ações da Hapvida.
No setor, o BTG também recomenda compra das ações da Rede D’Or (RDOR3), Viveo (VVEO3) e Oncoclínicas (ONCO3). No caso da Rede D’Or, os analistas avaliam que a administração continua tendo melhorias graduais em 2024, em vários aspectos. No negócio hospitalar, a rede pretende abrir até 500 leitos operacionais este ano, com potencial para melhorias nas margens.
Por sua vez, segundo o BTG, a Viveo (VVEO3) expressou confiança em seu plano de 2024, que visa colocar a lucratividade e a geração de caixa de volta aos trilhos, embora o 4T23 e o 1T24 devam ser difíceis. Já a Oncoclínicas espera, em 2024, expansão da margem de 100-150bps e lucro líquido próximo ao consenso, cerca de R$ 390 milhões.
BTG tem recomendação neutra para Hypera, Fleury e Qualicorp
O banco mantém recomendação neutra para Hypera (HYPE3), Fleury (FLRY3) e Qualicorp (QUAL3), além de Mater Dei (MATD3).
Para a Hypera, os analistas projetam um 4T23 fraco, mas perspectivas melhores posteriormente. Sobre a Fleury, a administração acredita que a atividade de M&A pode aumentar novamente, especialmente no segundo semestre de 2024, mas os alvos em pipeline são ativos relativamente pequenos.
No caso da Qualicorp, a casa reconheceu que o cenário permanece desafiador. Ou seja: maior rotatividade e menores adições brutas após o fim dos incentivos. No entanto, os analistas estão confiantes na recuperação da empresa.
A recuperação da Qualicorp deve ocorrer em três fases: corte de produtos e custos não lucrativos; foco no portfólio de produtos; e crescimento.
Hapvida está sendo investigada pelo MPE-SP por se negar a cumprir decisões judiciais
Em janeiro, o jornal o Estado de S.Paulo mostrou que a Hapvida está sendo investigada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) por se negar, diversas vezes, a cumprir decisões judiciais que concediam tratamentos aos seus beneficiários.
A notícia caiu como uma bomba no mercado e fez as ações da Hapvida caírem 6,98% no pregão do último dia 18 de janeiro, fazendo com o que a operadora perdesse R$ 2,2 bilhões em valor de mercado, colocando dúvidas e incertezas na cabeça dos investidores.
Segundo a publicação, há vários casos em que a Hapvida não prestou o atendimento solicitado por decisões judiciais.
Em comunicado enviado ao mercado assim que a notícia venho à tona, a maior operadora de plano de saúde do Brasil afirmou categoricamente que “não há prática deliberada de descumprimento de decisões e justificou que o setor de saúde suplementar vem enfrentando uma crescente judicialização”.
Para a Hapvida, essa prática judicial vem sendo utilizada antes mesmo de uma conciliação pelos canais das operadoras e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sendo que, em alguns casos, envolvem fraudes e solicitações de coberturas não contratadas. “Essa judicialização gera um prejuízo para toda a população, refletindo, por exemplo, em reajustes nos planos de saúde de todos os clientes”.
Desempenho anual das ações da Hapvida
Cotação HAPV3