O Conselho de Administração da Hapvida (HAPV3) aprovou os termos de um acordo celebrado entre sua controlada – a Ultra Som Serviços Médicos – e vendedores do Grupo Promed.
Conforme o documento arquivado na CVM pela Hapvida, o acordo prevê a transferência, em favor da Ultra Som, de 5.730.880 ações de emissão da companhia detidas pelos vendedores do Grupo Promed; e a alienação, pela Ultra Som, de 18.730.000 ações de emissão da companhia a determinados vendedores do Grupo Promed.
Isso, com a entrega condicionada ao cumprimento integral dos termos do Acordo pelas contrapartes da Ultra Som, tendo em vista o preço de R$ 5,23 por ação, obtido no fechamento do pregão imediatamente anterior à celebração do Acordo, do dia 11 de agosto deste ano.
Além disso, o conselho da Hapvida também aprovou os termos de transação, com base na Lei Municipal 11.364/2023, com o Município de Fortaleza, que envolve o pagamento de R$ 100 milhões.
Essa cifra será paga em cinco parcelas até dezembro de 2023, encerrando todas as discussões administrativas e judiciais sobre Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) com o município do local da sede da Hapvida Assistência.
Os valores serão suportados por uma provisão já existente, segundo a Hapvida, sem ter um impacto negativo no balanço financeiro da empresa.
Último resultado trimestral da Hapvida
A companhia apurou prejuízo líquido de R$ 161,1 milhões no segundo trimestre de 2023, ante perdas de R$ 312,3 milhões um ano antes, um recuo de 48,4%. No critério ajustado, a companhia teve lucro líquido de R$ 221,6 milhões, queda de 8% ante igual intervalo de 2022.
O Ebitda ajustado da Hapvida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 606,2 milhões, crescimento de 4,1% na comparação anual. A margem ficou em 8,9%, recuo de 0,7 pontos porcentuais na mesma base. Já a receita líquida da Hapvida somou R$ 6,839 bilhões entre abril e junho de 2023, 12,4% acima do segundo trimestre de 2022.
Segundo a Hapvida, em seu release de resultados divulgado nesta quarta-feira, 9, o aumento da receita foi beneficiado “pelo crescimento da linha de negócio de planos de saúde, resultado da estratégia de reajuste e recomposição de margem apesar da redução do número de beneficiários”.
O resultado financeiro líquido no trimestre encerrado em junho ficou negativo em R$ 246,9 milhões, queda anual de 4,8% e trimestral de 42,6%. Segundo a companhia, as despesas financeiras da Hapvida no 2T23 reduziram R$ 22,3 milhões, passando de R$ 623,6 milhões no primeiro trimestre para R$ 601,4 milhões entre abril e junho, destacando-se principalmente as reduções de R$ 19,1 milhões de instrumentos derivativos.
A Hapvida atingiu R$ 5,3 bilhões de dívida líquida frente a R$ 7,5 bilhões (2,32x Ebitda) no encerramento de março, principalmente em razão de recebimentos de R$ 1,2 bilhão da operação de Sales & Leaseback e de R$ 1 bilhão da captação líquida do follow-on. A alavancagem ficou em 1,61x, 0,71 ponto porcentual (p.p.) menor que no trimestre anterior.