A Hapvida (HAPV3), maior operadora de planos de saúde do país, registrou prejuízo líquido de R$ 29,9 milhões no quarto trimestre de 2033 (4T23), uma redução anual de 90,6%. Para os analistas, os resultados reportados foram decentes e trazem alívio à tese de investimento da companhia. Na manhã desta segunda-feira (01), as ações da Hapvida estão cotadas em R$ 3,73 (+0,70%).
Segundo o Itaú BBA, os resultados do 4T23 da Hapvida tiveram dois principais destaques positivos: a MLR (Índice de Perda Médica) que melhorou em 260 pontos base em relação ao trimestre anterior e foi o principal fator de expansão do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente. O segundo foi a conversão de 46% do Ebitda em fluxo de caixa operacional, reduzindo a dívida líquida em R$ 159 milhões em relação ao trimestre anterior.
“Considerando que a ação teve desempenho abaixo do esperado nas últimas semanas desde que os resultados ruins do 4T23 para outros nomes do setor de saúde começaram a ser reportados, vemos esses resultados decentes como positivos, marcando mais um trimestre no processo de desalavancagem da Hapvida”, afirma o BBA, que tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 6.
Com a valuation atual em 10x P/E 2025, o BBA vê o momento da Hapvida significativamente melhor a curto prazo, sendo uma das melhores opções no setor de saúde brasileiro.
Para o BTG, os resultados foram em linha com a estimativa do banco. “Os resultados do 4T, que felizmente não foram afetados por eventos isolados, soam como um grande alívio para os investidores que estão confiantes na tese de recuperação.”
Segundo os analistas do BTG, a geração de fluxo de caixa operacional após capex foi sólida, totalizando R$308 milhões, graças aos resultados operacionais melhorados e a menores despesas de capital. Com isso, a alavancagem foi reduzida para 1,38x (ND/EBITDA ajustado) de 1,58x no 3T.
O BTG Pactual tem recomendação de compra para as ações da Hapvida (HAPV3), com preço-alvo de R$ 7, potencial e alta de 89%. “Esses robustos resultados do 4T23 da Hpavida se destacaram em meio a uma temporada de resultados onde muitos pares do setor de saúde reportaram números, sem dúvida, fracos”,diz o banco.
Hapvida: resultado do 4T23 trouxe melhora gradual na sinistralidade, diz Genial
No 4T23, a Hapvida buscou diminuir seu nível de sinistralidade adotando a estratégia de foco nos reajustes, mesmo que custe em termos de tamanho da carteira. O plano deu certo, afirma a Genial.
“A sinistralidade caixa da companhia foi de 69,3%, a melhor marca em um trimestre desde 2022. Vale destacar que o quarto trimestre sempre carrega sazonalidade positiva para as operadoras de planos de saúde, uma vez que há menos procedimentos pelos feriados de fim de ano. Ainda assim, a redução de -2,6% p.p. na comparação trimestral é positiva e demonstra a recuperação gradual da taxa de sinistralidade”, explica a Research.
Além disso, no trimestre houve diluição das despesas administrativas para 8,7% da receita líquida (vs. 8,9% no 3T23). O movimento foi impulsionado por uma melhora na linha de pessoal e serviços de terceiros, principalmente por uma remuneração variável provisionada ao longo do ano que contemplava colaboradores que não fazem mais parte da companhia.
A Genial tem recomendação neutra para as ações HAPV3, com preço-alvo de R$ 5.
Companhia reduz prejuízo em 90,6% na comparação anual
A Hapvida registrou prejuízo líquido de R$ 29,9 milhões no quarto trimestre do ano passado (4T23), uma redução anual de 90,6%. No mesmo período, a receita cresceu 6,7%, para R$ 6,93 bilhões. O Ebitda ajustado subiu 58,6% para R$ 949,7 milhões. A margem desse indicador subiu 4,5 pontos percentuais, para 13,7%.
“O resultado da Hapvida no 4T23 é fruto de um trabalho orquestrado em duas frentes majoritárias: controle de custos por meio da verticalização e integração de adquiridas que passam a rodar na sistemática da empresa e uma política de reajuste de preços, necessários ao equilíbrio financeiro dos contratos, mas atenta às elasticidades dos nossos canais”, diz a empresa.
A taxa de sinistralidade da Hapvida ficou em 69,3%, uma redução de 3,6 pontos percentuais quando comparada à de um ano e de 2,6 pontos percentuais em relação ao 3T23. A base de usuários de planos de saúde da empresa teve redução de 61,3 mil no 4T23, em relação aos três meses imediatamente anteriores, segundo a rede de saúde.
Ao final do quarto trimestre, a companhia tem 441,4 mil beneficiários em produtos de livre escolha, uma redução líquida de 21,1 mil em relação ao trimestre anterior e de 49,1 mil em comparação com igual período do ano anterior, conforme balanço da Hapvida.
O tíquete médio consolidado de saúde subiu 10,8%, para R$ 256,5, “refletindo a estratégia de recomposição de preços e revisão do portfólio de cliente”, alinhada com uma estratégia de rentabilização e sustentabilidade da carteira, de acordo com a Hapvida.
Desempenho anual das ações da Hapvida
Cotação HAPV3