A Oferta de ações da Hapvida (HAPV3) movimentou uma cifra de R$ 1,06 bilhão, com cada papel sendo precificado a R$ 2,68.
A operação, que fora anunciada há mais de um mês e derrubou as ações da Hapvida à época, deve levantar caixa para que a companhia equalize seu balanço – um dos fatores que preocupa investidores da companhia de saúde e reflete uma queda drástica na cotação dos papéis.
A empresa vendeu, assim, o lote principal da oferta, que correspondeu a 329.339.600 ações HAPV3, somado ao lote adicional de 65.867.920 papéis, em uma oferta coordenada pelo Bank of America UBS BB, BTG Pactual e Itaú BBA.
Com essa demanda, os papéis puderam ser negociados acima do preço de fechamento da véspera, de R$ 2,65. Segundo apuração do Valor Econômico, a demanda superou em dez vezes a oferta das ações.
Cotação HAPV3
Vale lembrar que juntamente com a oferta, a Hapvida também anunciou no último mês que havia fechado uma operação de “sale and leaseback” (SLB) de dez imóveis da companhia, no valor de R$ 1,25 bilhão, para um veículo de investimento da família.
O anúncio, somado ao custo da dívida mais alto por conta da taxa de juros atual, fez com que os papéis seguissem em queda.
Entenda a derrocada da Hapvida na bolsa
Em meio a uma ‘maré negativa’, os papéis da Hapvida sofreram após a empresa reportar um prejuízo de R$ 316,7 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22). No pregão seguinte as ações da operadora de saúde desabaram mais de 35% no Ibovespa.
Nos números ajustados, o plano de saúde teve lucro líquido de R$ 161,1 milhões, resultado 56,1% menor que o registrado no mesmo período de 2021.
Após perder R$ 13 bilhões em valor de mercado com a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2022, a Hapvida (HAPV3) colocou à venda dois ativos não estratégicos: a healthtech Maida e a Resgaste São Francisco.
A operação visa enxugar a estrutura da maior operadora de plano de saúde do País.
Nos últimos anos, a companhia de planos de saúde adquiriu as operações da Notre Dame Intermédica e do grupo de saúde São Francisco. Agora, os executivos da Hapvida começam a avaliar quais operações a empresa poderia se desfazer para enxugar a estrutura, segundo as fontes do Valor.
“São empresas que não fazem parte do ‘core’ do grupo e tiram o foco do seu principal negócio”, ressaltou uma fonte.
Em meio a esse cenário, a companhia comunicou justamente a sua oferta de ações. Com isso, a empresa ‘assustou’ o mercado e provoca análises negativa por casas de research, com queda de 25% no Ibovespa.
A emissão de novas ações da Hapvida foi tida pelo Itaú BBA como “negativa em um primeiro momento, apesar de várias alternativas serem apresentadas para resolver o problema”.
“Em meio a muitas discussões sobre a qualidade de crédito da Hapvida – dada a requisitos regulatórios no nível operacional que limitam o uso de seu valor total em dinheiro para honrar a dívida e os juros ao nível da holding –, a menção de um aumento de capital como opção uma avaliação tão pressionada sugere um cenário mais estressado do que anteriormente esperado, o que provavelmente será percebido como negativo pelo mercado”, diz a casa.
Notícias Relacionadas