Haddad sobre reforma tributária: precisamos recalibrar os impostos para sermos mais justos e transparentes
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou hoje (6) que os relatores da reforma tributária no Congresso conseguiram ‘colocar ordem’ na proposta, considerada importante para aproximar o Brasil do mundo desenvolvido. Entretanto, segundo ele, ainda há muito a ser feito.
“A reforma tributária, pela lente do ideal, é nota 7, mas estamos saindo de um sistema nota 2. O governo não vai conseguir acertar tudo o que precisa ser acertado nesses quatro anos. Precisamos recalibrar os impostos sobre o consumo e a renda para sermos mais justos e transparentes”, pontuou o ministro ao participar do Macro Day 2023, promovido pelo BTG Pactual.
O ministro defendeu, ainda, que o Brasil precisa se apresentar ao mundo como um polo de exportação de produtos com energia limpa, e a reforma tributária pode ajudar neste processo. “Vamos dar um salto de qualidade muito grande. A reforma tributária vai ter impacto positivo muito maior do que o esperado”.
Ainda durante o evento do BTG, Haddad avaliou que, do ponto de vista fiscal, o governo está no caminho certo e a inflação não está caindo artificialmente. “O mundo está nos atrapalhando um pouco, com as taxas altas nos Estados Unidos”, lembrou o ministro.
Segundo ele, no curto prazo, o compromisso do governo é o de ‘arrumar a casa’. “Tem a ver com as necessidades do momento. Ainda temos muita gordura monetária para queimar e fazer a economia crescer. O resultado fiscal não é da cabeça do ministro da Fazenda, é uma construção, com os três poderes entendendo as repercussões de suas decisões”.
O ministro defendeu, ainda, o desejo de consolidar conquistas como o Bolsa Família, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o piso da enfermagem, por exemplo, que na sua visão, cresceram sem fontes de financiamento.
“Medidas microeconômicas estão sendo tomadas, o que é bom, como o marco de garantias, o marco de seguros, o Desenrola. Tem muita coisa andando à margem da agenda macroeconômica, mas que tem impacto também macroeconômico”, finalizou Haddad.