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Haddad: privatização da Eletrobras (ELET3) foi ‘mal feita’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante coletiva: meta de inflação fora da reunião do CMN

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 26, que os questionamentos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à privatização da Eletrobras (ELET3) representam uma decisão do governo como um todo, não cabendo a ele criticar ou elogiar. Em entrevista à GloboNews, o ministro, porém, mais uma vez considerou que a privatização foi mal feita, porque “desarrumou um pouco as coisas” do marco regulatório do setor elétrico.

“Acho que a privatização da Eletrobras foi mal feita. Disse isso quando foi aprovada”, declarou o ministro da Fazenda.

A Eletrobras, sustentou, tem peso no modelo energético brasileiro, inclusive no preço da tarifa, o que leva à reflexão sobre a venda.

Questionado sobre se ele, particularmente, apoia a tentativa de reverter a privatização da companhia elétrica, Haddad respondeu que, depois que decisões são tomadas, as opiniões pessoais não devem ser expostas.

O ministro pontuou, no entanto, que os questionamentos à privatização da Eletrobras resultam da insatisfação pelo que foi feito com o patrimônio público.

“Defendemos a posição do governo no caso Eletrobras, mesmo sabendo que Congresso e Judiciário podem ter outras”, concluiu Haddad.

‘A mudança de meta de inflação vem angariando simpatia’, diz Haddad

O ministro da Fazenda afirmou que nota maior “simpatia” na sociedade a mudanças no regime de metas de inflação, que, lembrou, estará na pauta da reunião do mês que vem do Conselho Monetário Nacional (CMN). “A mudança de meta de inflação vem angariando simpatia”, declarou o ministro em entrevista à GloboNews.

Ele evitou responder qual será a sua posição no encontro do CMN em junho, uma vez que ainda não discutiu o tema com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto – ambos formam com Haddad o trio de autoridades com direito a voto no CMN.

Haddad voltou a manifestar, contudo, preferência por uma meta contínua, ao invés do modelo atual no qual as metas são fixadas para cada ano-calendário. “Definir uma meta contínua para o BC perseguir é melhor e, quando estabelecida, raramente é mudada”, defendeu. “Vejo meta contínua com bons olhos”, acrescentou.

O ministro pontuou que os Estados Unidos discutem mudança de meta contínua em meio à quebra de bancos. Ele também voltou a pedir um debate técnico sobre o assunto.

Indicados para diretorias do BC não serão bancada de oposição a Campos Neto, diz Haddad

Haddad assegurou que as indicações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para as diretorias do Banco Central (BC) não têm como objetivo construir uma bancada pró-governo no Comitê de Política Monetária (Copom). “Essa contabilidade de votos não existe na minha cabeça, e nem na deles”, comentou o ministro na entrevista à GloboNews, acrescentando que Gabriel Galípolo e Ailton Aquino, indicados, respectivamente, às Diretorias de Política Monetária e de Fiscalização, não serão “bancada de oposição” ao presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Haddad frisou que não existe a hipótese de o Banco Central funcionar como se fosse o Congresso, com bancadas de oposição e de situação.

“Não acredito em formação de placar no Banco Central … A maior parte dos diretores são de carreira”, disse o ministro.

Ele voltou a dizer que o nome de Galípolo foi mencionado, antes da indicação, pelo próprio Campos Neto. “Nós já tínhamos entrevistado várias pessoas para o BC, mas achei que um ‘parça’ Galípolo geraria mais aproximação”, assinalou Haddad.

Com Estadão Conteúdo

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