Fernando Haddad, ministro da Fazenda, disse que há cerca de 400 a 500 empresas com “superlucros” e que, com “expedientes ilegítimos, fizeram constar no sistema tributário o que é indefensável, como subsidiar o custeio de uma empresa que está tendo lucro”. Nesta quinta (6), o líder da equipe econômica reforçou que estas empresas estão na mira do governo, que deseja “alinhar” essa situação.
“A empresa que não paga imposto e está tendo lucro passará a recolher. Estamos falando de quem não paga. Hoje quem não paga são as maiores empresas brasileiras”, destacou Haddad em entrevista à BandNews.
Ao longo da entrevista, o ministro ressaltou que não há intenção de criar novos tributos ou aumentar alíquotas existentes. Além disso, ele argumentou que hoje há cerca de R$ 400 bilhões a R$ 500 bilhões que o Estado deixa de arrecadar. Ponderou, porém, que o governo não pretende mexer em parte desse montante, que incluiria, por exemplo, a Santa Casa ou a Zona Franca de Manaus.
Tributação de fundos
Segundo Fernando Haddad, o debate sobre a tributação de fundos exclusivos será lançado pelo governo apenas no segundo semestre, dentro da reforma tributária da renda – que virá após a reforma dos impostos sobre consumo.
Em governos passados, já houve três tentativas frustradas de mudar essa tributação. O ministro adiantou que a ideia da equipe econômica é buscar um alinhamento com normas internacionais.
A tributação de fundos exclusivos será debatida no segundo semestre, não agora. Vamos abrir uma discussão transparente, não vou surpreender ninguém.
De acordo com Haddad, será dado um tratamento para o fluxo e outro para o estoque desses fundos. “Ou seja, daqui para frente será de outro jeito, como no mundo inteiro. E sobre o estoque, vamos dar um tratamento para regularizar a situação. Muita gente vai até gostar, o mundo inteiro está fazendo isso”, completou. Confira a entrevista na íntegra:
Com Estadão Conteúdo