O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com banqueiros e representantes de entidades do setor par discutir formas de reduzir o patamar atual dos juros do cartão de crédito rotativo.
Segundo Haddad, será criado um cronograma para balizar um estudo sobre o assunto, e a discussão deve envolver a autoridade reguladora – o Banco Central (BC).
A discussão envolveu “quatro ou cinco CEOs”, segundo o ministro. Entre eles estão:
- O presidente do Bradesco (BBDC4), Octavio de Lazari
- O presidente do Itaú (ITUB4), Milton Maluhy
- O presidente do Santander (SANB11), Mario Leão
- A CGO do Nubank (NUBR33), Cristina Junqueira
Além disso, estava presente o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, e o presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), Rodrigo Maia.
“Vamos entregar um cronograma de apresentação de um estudo. Eu pedi celeridade, porque é uma preocupação do presidente Lula. Eles pediram para envolver o Banco Central, em virtude da regulação do produto”, disse Haddad, em Brasília.
“Hoje passamos uma hora estudando o modelo atual, para que haja uma compreensão dos problemas que todos enfrentam em relação a isso. São muitos interlocutores: tem a bandeira, a maquininha, o banco, a lojista. Há muitos atores nesse processo”, completou.
Haddad defendeu que o atual modelo de cobrança do crédito rotativo “prejudica muito a população de baixa renda”.
“Uma boa parte do que pessoal que está no Serasa hoje é por causa do cartão de crédito. Não só, mas é também por cartão de crédito. E as pessoas não conseguem sair do rotativo. É preciso encontrar um caminho negociado como fizemos com a redução do consignado dos aposentados”, disse.
Haddad discute parcelamento no Pix
Recentemente Haddad também envolveu o BC em uma discussão sobre o parcelamento de dívidas no Pix.
Em diálogo com Roberto Campos Neto, o ministro pediu que essa possibilidade fosse balizada.
“Pode ser uma grande inovação do nosso sistema bancário você parcelar usando essa ferramenta. Isso melhora as condições de competitividade e de crédito no país”, disse o ministro em evento virtual promovido por um banco de investimentos.
De acordo com Haddad, a proposta integra um pacote de estímulo ao crédito. O ministro destacou que o governo prevê ao menos 12 medidas para para melhorar as condições de crédito, tendo aval do BC em metade delas.