Haddad: “Não tenho problema com ninguém”, afirma sobre Campos Neto; ministro fala também sobre “2º fase da reforma tributária”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a Selic, a taxa básica de juros, não está acompanhando a desaceleração da inflação. Enquanto a taxa segue estável aos 13,75%, o juro real não para de subir e isso constrange a atividade e crédito no Brasil, acrescentou Haddad no podcast O Assunto.

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O ministro da Fazenda já havia dado sinais de que esperava uma queda nos juros a partir de agosto e que acredita em uma comunicação técnica e econômica entre autoridade fiscal e autoridade monetária.

Nesta segunda-feira (10), Haddad retificou: “Não tenho problema pessoal com ninguém, nem posso ter.” A fala no podcast O Assunto diz respeito ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e sua equipe.

“Não gosto de fulanizar, não tenho problema pessoal com ninguém, nem posso ter porque preciso tratar das coisas de forma institucional. Eu não me queixo de ninguém, levo argumentos para ter um ponto técnico”, disse o ministro da Fazenda.

De acordo com o ministro, seus argumentos em relação à taxa de juros são fundamentados nos indicadores de atividade econômica que acompanha. “Eu vejo um sinal preocupante nesse sentido que está na mesa de todo investidor brasileiro e estrangeiro. O próprio mercado financeiro está preocupado com a questão do crédito no Brasil. Ninguém quer a volta da inflação, e isso não está no horizonte do Brasil”, disse.

Não é preciso esperar a tributária passar pelo Senado para mandar 2ª fase da reforma

Ainda em participação no podcast, Fernando Haddad confirmou que o governo não pretende esperar a conclusão da tramitação da reforma tributária sobre a simplificação os impostos de consumo para enviar a segunda fase da mudança. Segundo o ministro, a nova fase da tributária precisa ir ao Congresso ao mesmo tempo que o projeto de Orçamento.

Na próxima terça-feira (11), Haddad irá se encontrar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pela manhã, para discutir a reforma tributária. Para ele, o Orçamento deve andar junto com a segunda fase, assim como o marco fiscal e a PEC fizeram, para não haverem restrições na peça orçamentária.

Além disso, o ministro pontuou que o Congresso deve visualizar um orçamento balanceado entre receita e despesa, cultivando um ambiente saudável para atrair investimentos nacionais e estrangeiros.

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Importância do Banco Central na reforma, segundo Haddad

O ministro ainda apontou que junto com o Congresso, é fundamental que o Banco Central também faça sua parte, harmonizando a política monetária ao fiscal. “Dependo da atividade para arrecadar”, disse, insinuando a expectativa na redução da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto.

Haddad complementou que, sobre o viés arrecadatório das medidas: “Não temos objetivo de criar imposto”, e que é o crescimento da economia que aumentará arrecadação.

Com informações de Estadão Conteúdo.

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Camila Paim

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