O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda (5) que a equipe econômica sentaria com os líderes de bancadas do Congresso para abrir os números que deram embasamento ao Orçamento e à Medida Provisória (MP) da reoneração gradual da folha de pagamento.
O texto da MP da reoneração citado por Haddad ainda será apreciado pelo Congresso.
“É importante nesse momento que o Congresso tome consciência dos números do orçamento aprovado no ano passado. Tem uma coisa que chama Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse Haddad a jornalistas, após participar de encontro com economistas e pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
“Nós precisamos que qualquer gesto do Congresso na direção de um setor da economia tem que ser compensado por medidas que equilibrem o orçamento. Então nós temos que ter essa clareza”, completou o Ministro da Fazenda.
Haddad frisou a necessidade de compatibilizar decisões com os números pensados no final do ano passado.
“Nós apresentamos alternativas já. Se o Congresso entender que há outras alternativas a serem consideradas, nós queremos, obviamente, nós iremos para a mesa ouvi-los. Mas nós apresentamos uma alternativa, que na minha opinião é bastante consistente com aquilo que vem sendo desenvolvido pelo Congresso junto ao Executivo”, acrescentou o ministro.
Haddad cita precatórios e ICMS após governo registrar o segundo maior déficit da história
Haddad declarou, no fim de janeiro, que o resultado das contas do Governo Central, cujo déficit em 2023 foi de R$ 230,535 bilhões, ou seja, 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), foi resultado da decisão do governo federal de pagar os precatórios (dívidas da União com trânsito em julgado) e do acordo feito com governadores a respeito do ICMS sobre combustíveis.
“A decisão, na minha opinião, foi acertada. Ela foi amplamente divulgada. Nós fomos ao Supremo defender a tese de que aquele calote era inconstitucional e eu penso que a opinião pública, formada e informada, deveria levar em consideração esse gesto do governo de colocar ordem nas contas”, justificou Fernando Haddad.
O ministro se queixou das manchetes desta segunda-feira sobre o Relatório do Tesouro Nacional ao dizer que elas não correspondiam ao esforço que o governo fez de “passar a régua” no que ele chamou de “legado tenebroso de desorganização das contas públicas”.
Haddad disse ainda que o déficit real se aproximou do número mencionado por ele no ano passado, de 1% do PIB. “Penso que o mercado entendeu e reagiu bem ao que estava programado”, afirmou.
Com informações do Estadão Conteúdo