O ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, foi, enfim, demitido nesta segunda (18) pelo presidente Jair Bolsonaro. O anúncio foi dado pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros.
Bebianno é o primeiro ministro a deixar o governo. O ex-presidente do PSL era um dos “ministros palacianos”, que despachava do Planalto, e também considerado braço-direito do então candidato Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
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Entenda o caso Bebianno
O agora ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, foi alvo de uma série de reportagens da Folha de S. Paulo. Segundo o jornal, o PSL, então presidido por Bebianno, administrou um esquema de candidaturas laranjas durante as eleições passadas.
De acordo com a apuração da Folha, houve um repasse de R$ 400 mil do PSL para uma candidata a deputada federal do partido em Pernambuco. os recursos foram repassados somente quatro dias antes das eleições. A candidata em questão recebeu apenas 274 votos.
Além disso, Bebianno possivelmente também autorizou repasse de R$ 250 mil de verba pública para a campanha eleitoral de uma ex-assessora. O dinheiro, segundo o jornal, teve como destino para uma gráfica registrada em endereço de fachada.
As publicações do jornal repercutiram, e diversos políticos opinaram acerca da polêmica.
“O presidente pertence ao PSL, mas [isso] não tem nada a ver com a campanha dele. Então é problema do partido. O partido que se explique”, disse o vice-presidente da República, Hamilton Mourão.
De acordo com o o portal Antagonista, o ministro negou, na quarta-feira (13), a possibilidade de uma crise de governo ter sido iniciada com as publicações do jornal.
“Não existe crise nenhuma. Só hoje falei três vezes com o presidente”, disse Bebianno.
Contudo, o filho do presidente, Carlos Bolsonaro (PSL), negou as ligações do presidente da República com o ministro.
Ontem estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: “É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista.” pic.twitter.com/AqzZ0YPNOO
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) 13 de fevereiro de 2019
Mais tarde, Jair Bolsonaro republicou a fala de seu filho em sua própria conta do Twitter.
“Não tenho intenção de me demitir. Não fiz nada de errado, meu trabalho continua sendo em benefício do Brasil. O presidente, se entender que eu não devo mais continuar, ele certamente vai comunicar. Da minha parte, tudo foi feito com honestidade e correção, então vou esperar para ver o que acontece”, defendeu-se Bebianno, após o posicionamento do presidente em endossar a fala de seu filho, Carlos.
Então, na última sexta-feira (15), Bolsonaro e Bebianno tiveram encontro presencial pela primeira vez desde iniciada a crise de governo. O presidente teria saído da reunião decidido pela demissão de seu ministro, mas o Diário Oficial da União desta segunda (18) não trazia sua exoneração.