Gulag de volta? Rússia propõe usar presos como mão de obra para substituir imigrantes

Um chefe do serviço penitenciário da Rússia propôs a autoridades locais reviver a prática soviética de colocar detidos para trabalhar, e elas se entusiasmaram. A informação é da Bloomberg.

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O vice-primeiro-ministro da Rússia Marat Khusnullin disse em entrevista ao RBC news na sexta-feira negociar o uso de prisioneiros em canteiros de obras, um plano apoiado pelo ministro da Indústria, Denis Manturov.

O setor de construção foi um dos mais impactos pela escassez de mão de obra dado o declínio no fluxo de trabalhadores imigrantes, principalmente da Ásia Central. O gargalo elevou salários e os custos de projetos.

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A Rússia considera vacinar funcionários migrantes para elevar a atração da economia, mas há outra ideia na mesa: utilizar presos para acelerar as atividades em um projeto de US$ 10 bilhões (cerca de R$ 50,6 bilhões) para modernizar e expandir ferrovias para os portos do Extremo Oriente da Rússia. A construção do original Baikal-Amur-Mainline, ou BAM, envolveu centenas de milhares de prisioneiros do Gulag.

Os campos de trabalho forçado da União Soviética contavam com cerca de 1,7 milhão de detidos e “inimigos do Estado”, obrigados a operar na mineração, silvicultura e construção de estradas e ferrovias.

Rússia considera reviver Gulag

Presos de 117 centros correcionais já trabalham em empresas e são pagos, mas o sistema precisa de monitoramento próximo para evitar abusos, disse Eva Merkacheva, membro do Conselho Público do serviço penitenciário, à Bloomberg.

“Este não será um Gulag, serão condições completamente novas e decentes”, disse Alexander Kalashnikov, chefe do Serviço Penitenciário Federal, a autoridades de direitos humanos no mês passado, segundo o veículo de notícias estatal RIA Novosti.

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Em outra ocasião, Kalashnikov teria dito a um colunista do serviço de notícias russo que o Gulag não foi tão ruim, pois oferecia a centenas de milhares de prisioneiros uma chance para avançar socialmente e adquirir uma habilidade, enquanto recebia comida e um teto.

Quase 190.000 dos 483.000 prisioneiros da Rússia seriam elegíveis para o programa de trabalho/, embora a participação deva ser voluntária.

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Arthur Guimarães

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