A Guide Investimentos divulgou nesta segunda-feira (6) um estudo projetando os cenários para 2020 e 2021 no Brasil. De acordo com o estudo, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve cair 7,3% neste ano e subir 4% no ano que vem.
Segundo a Guide, após a recessão neste ano, a recuperação em 2021 deverá ser lenta dado as incertezas causadas pela crise do coronavírus (covid-19).
“A divulgação de indicadores de atividade historicamente baixos combinada às incertezas com relação à duração da crise sanitária e consequentemente, ao desempenho da economia, tem levado agentes do mercado a reduzirem projeções para o crescimento de forma sucessiva”, disse, em nota.
No segundo semestre de 2020, as sequelas da crise, como alta do desemprego e retomada lenta do consumidor deverão ser os principais desafios do governo.
O relatório, assinado pelos economistas Victor Beyruti Guglielmi e Alejandro Ortiz Cruceño, afirma ainda que o problema fiscal do País deve se agravar e se tornar o centro das atenções.
“Um dos principais desafios da equipe econômica no ano será garantir que essa elevação nos gastos fique em 2020, além de discutir a aprovação de medidas de contrapartida fiscal aos auxílios que estão sendo prestados à sociedade e aos entes inferiores (estados e municípios)”, disse a corretora, em nota.
Guide prevê inflação a 2% ao ano com desemprego alto
A crise afetou a já combalida geração de empregos brasileira e fez com que a demanda caísse. Dessa forma, houve uma queda nos preços, o que deve influenciar para que 2020 acabe com uma inflação abaixo da meta.
Os impactos negativos da pandemia tem exercido forte pressão baixista sobre o nível geral de preços da economia. Todas as categorias, com exceção dos alimentos, registraram uma forte queda, refletindo a forte deterioração da demanda agregada. Para 2020, esperamos uma inflação acumulada de 2,2% a.a”, disse.
O dólar também deve se manter em alta com a saída de capital estrangeiro do Brasil. A Guide prevê três cenários para a divisa americana.
No primeiro, o otimista, o dólar deve ficar em R$ 4,61. No cenário base, a divida americana valerá R$ 4,89, enquanto que o cenário pessimista prevê que o dólar vá a R$ 5,92.
“O dólar tem operado constantemente acima de R$ 5,00 nos últimos meses, reflexo de um exterior pressionado e do grande risco que o Brasil corre no tocante à dinâmica da dívida pública – a instabilidade política serve como forte agravante nesta frente”, afirmou a Guide, em nota.