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Guerra em Israel e Faixa de Gaza tem alerta dos EUA ao Irã; Conselho de Segurança da ONU rejeita proposta norte-americana de resolução

Guerra Israel; Palestina; Conflito; Hamas - Foto: Israel Defense Forces

Israel em guerra com Hamas. Foto: Israel Defense Forces

A guerra em Israel contra o grupo extremista da Palestina, o Hamas, está em sua terceira semana de andamento, com os conflitos do território chegando ao Ocidente e, principalmente, às salas de reunião na Organização das Nações Unidas (ONU).

Na reunião da terça-feira (24) do Conselho de Segurança da ONU, muitas nações se mostraram divididas sobre o direcionamento a tomar em relação à guerra entre Israel e o Hamas. A crise internacional que agrava o conflito nas Nações Unidas envolvem posicionamentos polêmicos dos Estados Unidos, além de uma postura ainda mais resistente de Israel aos requerimentos dos outros países. Veja mais detalhes a seguir.

EUA alertam Irã contra ataque

O chefe da diplomacia dos EUA, Anthony Blinken, deixou o recado: “Não joguem combustível no fogo”.

A mensagem americana veio seguida da afirmação de Blinken que o conflito corre risco de se espalhar entre mais regiões e que uma saída seria debatida com a China, cujo chanceler estará em Washington nos próximos dias.

Entretanto, o chefe da diplomacia afirmou que em caso de ataque, os EUA não hesitariam em responder. Segundo ele, “um conflito maior seria devastador” e alertou que não fossem mais abertas frentes de guerra Israel-Hamas.

Conselho de Segurança da ONU rejeita proposta de resolução dos EUA

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) rejeitou, na tarde desta quarta-feira (25), uma proposta de resolução dos Estados Unidos sobre o conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza. A proposta foi aprovada por dez países, mas rejeitada por Rússia e China, membros permanentes do conselho e que, por isso, têm poder de veto. O Brasil se absteve.

Essa foi a terceira proposta de resolução rejeitada no Conselho de Segurança da ONU. A primeira foi apresentada pela Rússia no dia 16, mas sem consulta a outros países na construção do texto. A segunda proposta foi apresentada pelo Brasil, que preside o conselho no mês de outubro. Apesar de longa negociação e inclusão de sugestões de outros países, o texto foi rejeitado pelo veto dos Estados Unidos.

Nesta quarta-feira, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou ter incorporado vários elementos da resolução apresentada pelo Brasil na semana passada, a mesma resolução rejeitada pelo próprio Estados Unidos. O texto também exigia uma pausa humanitária para permitir que a ajuda chegasse à população na Faixa de Gaza.

No entanto, acrescentou um trecho que assegura o direito de Israel de revidar os ataques terroristas sofridos, algo que não havia no texto apresentado pela diplomacia brasileira. Após a rejeição, ela se disse desapontada pelo resultado e afirmou que ouviu a todos na construção do texto.

Nova proposta da Rússia

Em seguida, a Rússia apresentou uma nova proposta de resolução, que foi rejeitada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, ambos com poder de veto, e contou com várias abstenções, nove, entre elas do Brasil.

Segundo a representante do Reino Unido, Barbara Woodward, a proposta da Rússia não poderia ser aceita por não garantir o direito de Israel se defender das agressões sofridas. Além disso, Woodward destacou que, novamente, não houve qualquer consulta do representante da Rússia aos demais membros do conselho.

O Conselho de Segurança da ONU tem cinco membros permanentes, a China, França, Rússia, Reino Unido e os Estados Unidos. Fazem parte do conselho rotativo a Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes. Para que uma resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto. Já na Assembleia Geral da ONU não existe tal mecanismo.

António Guterres, da ONU, fala sobre o espalhamento da guerra em Israel e cessar-fogo

António Guterres, secretário-geral da ONU, no encontro alertou que o conflito no Oriente Médio poderá se espalhar pela região e por isso um cessar-fogo humanitário é necessário.

“A situação no Oriente Médio está se tornando mais terrível a cada hora. A guerra em Gaza está em andamento e corre o risco de se espalhar por toda a região. As divisões estão fragmentando as sociedades. As tensões ameaçam transbordar”, afirmou Guterres.

Contudo, o governo de Israel, permanece resistente à ideia de um cessar-fogo e cancelou as reuniões com o secretário após o posicionamento de que os ataques do Hamas “não aconteceram no vácuo”. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, ainda pediu a demissão de Guterres.

Reuniões da ONU continuam nesta quarta-feira (25), ainda sem resoluções

Nas próximas 48 horas, a ONU estará em reunião para a discussão das propostas de texto para decidirem sobre medidas para o conflito Israel-Hamas.

A primeira versão de uma resolução poderá ser votada ainda na tarde desta quarta-feira (25).

Os Estados Unidos, apesar de falarem em pausas humanitárias, seguem focados no “direito de autodefesa” de Israel e sem apelar pelo cessar-fogo.

O texto, entretanto, leva em consideração o abastecimento da população da Faixa de Gaza com insumos básicos, como água, alimentos, combustíveis e medicamentos.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas no momento está sendo presidido pelo Brasil que captou a pressão americana para votação como um sinal de que o governo de Biden já conseguiu o número necessário de países permanentes e não permanentes para aprovação da proposta sobre a guerra em Israel.

Com Agência Brasil

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