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Guerra comercial faz FMI reduzir previsão de alta do PIB do Brasil e do mundo

Guerra comercial. Foto: Pixabay

Guerra comercial. Foto: Pixabay

O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou suas projeções para o crescimento do Brasil e da economia global neste e no próximo ano, antevendo o efeito da guerra comercial provocada pelas tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O organismo espera que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avance 2,0% em 2025 e não mais 2,2% como previu em janeiro último. Trata-se de uma desaceleração ainda mais intensa em relação a 2024, quando o país cresceu 3,4%.

Nesse ritmo, o Brasil deve crescer bem abaixo dos seus pares emergentes e em desenvolvimento, que tendem a acelerar o passo e avançar 3,7% neste ano, conforme o FMI. No entanto, o País tende a se expandir acima das economias avançadas, cuja projeção é de alta de 1,4% em 2025, e em linha com a América Latina e Caribe, cuja estimativa é de avanço 2%.

O FMI também está menos otimista com a expectativa de crescimento do Brasil em 2026. O organismo espera que a atividade doméstica mantenha o ritmo de expansão de 2,0% no próximo ano, e não de 2,2% como estimava inicialmente.

Já a previsão para a economia mundial é de um crescimento de 2,8% neste ano, projeção 0,5 ponto porcentual (pp) menor que a anterior, divulgada em janeiro. Para o próximo ano, a expectativa passou para uma alta de 3,0%, contra estimativa de avanço de 3,3%.

As novas projeções constam do relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), publicado nesta terça-feira (22), como parte dos encontros de primavera do FMI, que acontecem nesta semana, em Washington (EUA).

Guerra comercial: impacto também na inflação brasileira

O Brasil ficou no grupo dos países menos afetados pelo tarifaço de Trump, com uma alíquota de apenas 10%. No entanto, economistas têm alertado para os efeitos de um mundo mais adverso no PIB local. A inflação no Brasil deve ficar em 5,3% neste ano, mas retroceder a 4,3% em 2026, de acordo com as estimativas.

Em um cenário de menor crescimento e maior inflação, o desemprego no Brasil deve aumentar, alerta o organismo. O FMI vê o indicador em 7,2% neste ano e 7,3% no próximo. Em 2024, o índice de desemprego no Brasil era de 6,9%.

Quanto à economia global, o FMI tirou 0,9 pp da projeção de alta do PIB dos EUA e vê expansão de só 1,8% neste ano. No próximo ano, as tarifas devem continuar pesando no desempenho da maior economia do mundo, que tende a desacelerar ainda mais, para uma alta de 1,7%, ante 2,1% de sua estimativa anterior, prevê o Fundo.

“A revisão para baixo é resultado de maior incerteza política, tensões comerciais e uma perspectiva de demanda mais fraca, dado o crescimento do consumo mais lento do que o previsto”, justifica o organismo.

Por sua vez, o PIB chinês deve crescer 4,0% em 2025, uma queda de 0,6 pp em relação à estimativa anterior do FMI. O organismo vê a economia chinesa expandindo-se também no ritmo de 4,0% em 2026, o que representa uma queda de 0,5 pp.

O Fundo avalia que o apoio fiscal adotado por alguns países como, por exemplo, China e zona do euro, pode compensar parte do impacto negativo da guerra comercial no crescimento econômico global.

Com Estadão Conteúdo

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