Os Estados Unidos e a China reduziram na última sexta-feira (14) as tarifas alfandegárias pela metade. Esse foi um primeiro passo para evitar uma guerra comercial entre as duas principais economias do planeta.
Os EUA cortaram as tarifas sobre US$ 120 bilhões em mercadorias chinesas de 15% para 7,5%. Por sua vez, a China cortou de 10% para 5% e de 5% a 2,5% as tarifas aplicadas como retaliação na guerra comercial sobre alguns bens americanos, pelo valor total de US$ 75 bilhões.
Essa decisão de Washington e Pequim foi parte da “primeira fase” do acordo comercial assinado em janeiro entre os dois governos.
Desescalada da guerra comercial
As tarifas cortadas pelos Estados Unidos atingiam 3.200 mercadorias, incluindo eletrônico e roupas, e tinham entrado em vigor em setembro passado. Todavia, o governo americano manteve as tarifas de 25% sobre outros US$ 250 bilhões de mercadorias chinesas.
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Por sua vez, a China reduziu os impostos alfandegários sobre cerca de 1.700 mercadorias importadas pelos EUA, como óleo de soja e produtos químicos, entre outras.
Outro sinal em direção de uma desescalada da guerra comercial é a decisão da China de aumentar as importações de serviços e bens industriais dos EUA em US$ 200 bilhões nos próximos dois anos.
Esse objetivo estabelece um salto de 70% em relação ao recorde de 2017, ano em que as importações de bens e serviços americanos chegaram ao montante de US$ 186 bilhões.
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Outro ponto incluído nas negociações para evitar a guerra comercial foi o fortalecimento da proteção dos direitos de propriedade intelectual por parte de Pequim. Além disso, a China deverá abrir para empresas dos EUA seu mercado de serviços financeiros.
Coronavírus gera temores comerciais
Todavia, a epidemia de coronavírus está gerando preocupações sobre a situação econômica da China. Cadeias de suprimentos foram interrompidas, e o governo dos EUA está atento as evoluções do contágio. Até mesmo sobre uma possível retração do Produto Interno Bruto (PIB) chinês.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, declarou essa semana ao Comitê de Finanças do Senado americano que a implementação da primeira fase do acordo para evitar a guerra comercial com a China foi afetada pelo coronavírus. “Obviamente, nosso maior foco é a implementação da fase um. Porém, até certo ponto, a velocidade com que isso irá acontecer diminuiu devido ao vírus”, explicou Mnuchin aos senadores.
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