A guerra comercial entre EUA e China é negativa à BRF, afirma Parente
A guerra comercial entre China e Estados Unidos é “muito negativa para BRF”, de acordo com o CEO global da companhia, Pedro Parente, durante debate no Credit Suisse, em São Paulo.
“A gente vê o nosso custo aumentar e, por outro lado, o competidor [fica] em condições mais favorecidas do que nós”, disse o executivo em relação a oscilação do valor do grão por conta da guerra comercial.
De acordo com Parente, os produtores de carne norte-americanos foram favorecidos pela medida de Pequim que reduziu drasticamente a importação dos produtos agrícolas dos EUA.
Saiba mais: China e produtores de frangos do Brasil entram em acordo após disputa de preços
Desta forma, o valor da ração do animal, que é composta principalmente por milho e soja, teve queda.
No entanto, o Brasil sofreu inversamente com a medida, uma vez que a China ampliou as importações de soja. Conforme Parente, isso ocasionou uma negativa nos custos dos frigoríficos brasileiros.
De acordo com o presidente da SLC Agrícola, Aurélio Pavinato, o impacto positivo da guerra comercial deve diminuir. Pavinato afirma que os preços da soja não tiveram grandes oscilações e como o prêmio pago pelo grão nos portos subiu, acabou compensando a queda em Chicago.
Entretanto, devido ao pré-acordo comercial entre Estados Unidos e China, os prêmios pagos pela soja nos portos e a cotação de Chicago já voltaram a possuir níveis normais.
Safra de soja 2018/19
De acordo com a Datagro, a safra de soja do Brasil 2018/19 terá 10 milhões de toneladas a menos do que havia sido previsto em dezembro.
Desta forma, a safra ficaria em 113 milhões de toneladas. No entanto, de acordo com a empresa de consultoria, o motivo da queda é relativo ao tempo quente e seco em importantes áreas produtoras.
Saiba mais: Associação reduz expectativas para safra e exportação de soja em 2019
No informe divulgado nesta quarta-feira (30), a empresa explicou que a revisão ocorreu devido a um período de altas temperaturas e pouca umidade no centro do país e na região Sul, entre dezembro e janeiro.
Guerra comercial
Os Estados Unidos voltaram a negociar com a China em busca de um acordo para o fim da guerra comercial. Para isso, nesta quarta-feira (30) o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, foi recebido por autoridades norte-americanas. As negociações devem acontecer entre os dias 30 e 31 deste mês.