Devido aos desdobramentos da guerra comercial, governos regionais da China estão procurando por investimentos japoneses. Uma das razões são os embargos econômicos por parte dos Estados Unidos, pois tem feito com que fabricantes deixem o país.
No dia 2 de setembro, o Ministério do Comércio chinês divulgou que abrirá um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas dos EUA. O desenrolar da guerra comercial fez com que a produção industrial da China atingisse o menor nível desde o início do século.
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No dia 17 de outubro será inaugurado em Dalian, no nordeste da China, um edifício comercial especializado em produtos japoneses.
O grupo Beijing Capital Agribusiness investiu 180 milhões de yuans (R$ 105,08 milhões na cotação atual) no projeto. Os insumos serão importados por meio da Frank Japan. A companhia tem 20% de participação do varejista eletrônico chinês JD.com.
Guerra comercial faz com que China abra espaço para japoneses
A cidade de Dalian apoiou massivamente o empreendimento, facilitando a logística do negócio e o armazenamento de produtos alimentares frescos a serem vendidos.
Ao todo, 1.550 empresas japonesas atuavam em Dalian em outubro de 2017. Esta é a terceira maior representatividade em qualquer cidade fora do Japão, segundo o Ministério das Relações Exteriores japonês. Nos últimos dois anos, a cidade chinesa se voltou ainda mais para essa relação comercial.
No início deste ano, em abril, o governo da cidade chinesa convidou empresas japonesas para as primeiras conversas do empreendimento deste ano.
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O prefeito de Dalian ordenou que as autoridades auxiliassem as empresas japonesas o mais rápido possível. Um dos participantes das conversas disse que “sentiu que o prefeito estava incrivelmente sério ao trabalhar com mais players japoneses”.
Companhias aéreas, como a Asiana Airlines e a Korean Air, estão realizando rotas diárias de Dalian ao Japão em maior volume, com voos para Kitakyushu a partir de agosto e para Sendai em novembro.
Trabalhadores das províncias de Jiangsu, no leste chinês, e Jilin, também no nordeste da China, também estão em circulação no território japonês buscando negócios.
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“Há mais sessões de informações projetadas para atrair investimentos corporativos este ano do que em 2018”, de acordo com a Associação para a Promoção do Comércio Internacional do Japão.
Existe a preocupação de que a guerra comercial possa pressionar as empresas chinesas a escoar sua produção para o sudoeste asiático. Entretanto, alguns veem como uma oportunidade, sendo uma “janela de oportunidade”.
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