Guerra comercial: China e EUA voltarão a conversar ‘em breve’
China e Estados Unidos concordaram em dar continuidade às conversas sobre a conclusão da Fase 1 da guerra comercial, anunciada no início deste ano. A informação foi revelada nesta quinta-feira (20) pelo Ministério do Comércio chinês, que informou que as reuniões serão retomadas “em breve”. A declaração vem à tona após o presidente Donald Trump adiar as últimas reuniões e dizer que não pretende manter conversas com o país asiático no momento.
Gao Fang, porta-voz do ministério, disse, em entrevista on-line, que as negociações comerciais serão realizadas “nos próximos dias”, mas não deu detalhes. Em janeiro, China e Estados Unidos chegaram a um entendimento sobre a primeira fase do acordo na guerra comercial.
A disputa entre os países ocorre desde meados de 2018. Para tanto, a China se comprometeu em comprar mais de US$ 200 bilhões em produtos norte-americanos em um período de dois anos.
Desde então, as tensões entre os países foram intensificadas, sobretudo pelo surgimento da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) — a qual os norte-americanos responsabilizam os chineses –, a nova lei de segurança nacional em Hong Kong e as ofensivas estadunidenses sobre a atuação de redes sociais em território nacional.
China quer incluir TikTok em guerra comercial
O conflito entre os países foi acentuado após Trump dizer que, caso alguma empresa dos Estados Unidos queira comprar o TikTok, o Tesouro norte-americano deveria receber uma parte em dinheiro, já que o governo “daria o direito do negócio acontecer”. O Ministério das Relações Exteriores chinês rebateu dizendo que não deixaria com que a empresa fosse “roubada”.
Dessa forma, segundo a agência de notícias “Bloomberg”, a China pretende incluir as ações norte-americanas sobre os aplicativos TikTok e Wechat nas discussões da implementação da Fase 1 da disputa comercial.
Embora na última semana um assessor econômico de Trump tenha minimizado as chances do acordo acertado em janeiro ruir, a “Bloomberg” salienta que os representantes chineses trarão à tona na guerra comercial as possíveis proibições da Casa Branca sobre a operação dos aplicativos (que devem entrar em vigor em setembro), além dos assuntos sobre as compras agrícolas e taxa de câmbio dólar-yuan.