O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta sexta-feira (23) a redução imediata da Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco.
“Até compreendemos a situação de membros que possam ter dificuldade de baixá-la no momento, mas gostaríamos de propor o movimento. Para o Brasil, é importante reduzirmos”, disse Guedes.
“Fizemos uma proposta de reduzirmos em 10%, ou seja, baixar a tarifa de um determinado produto de 30% para 27%. Isso não machuca ninguém, é só para mandar um sinal de que não estamos fechando a economia”, afirmou, em sessão temática do Senado que celebra os 30 anos do Tratado de Assunção, com o tema: “Mercosul, avanços, desafios e perspectivas”.
De acordo com o ministro, não é a intenção do governo brasileiro abrir a economia de uma só vez, mas argumentou que essa redução de 10% na TEC seria um primeiro passo nessa direção.
Guedes sugere flexibilizar acordos
Após renovar suas críticas ao Mercosul, Guedes enfatizou que o Brasil está em um momento decisivo de reavaliação do bloco. Ele defendeu a liberdade para que os países membros tenham ritmos diferentes de negociação com outros governos.
“A primeira dimensão é garantir uma liberdade de negociação para os seus membros. Claro que juntos somos mais fortes, mas achamos importante que haja liberdade de negociação para que os membros possam achar o que for mais conveniente. A ideia é que cada membro possa ser um pioneiro e fazer um acordo lá fora diferente. Se tiver bom, o conjunto dos membros do Mercosul avança naquela direção”, afirmou, em sessão temática do Senado que celebra os 30 anos do Tratado de Assunção, com o tema: “Mercosul, avanços, desafios e perspectivas”.
Guedes citou o acordo firmado entre o Mercosul e a União Europeia – que ainda depende de aprovação por todos os países membros dos dois blocos – e citou outros acordos em negociação.
“Queremos avançar na modernização do Mercosul. Avançar significa permitir velocidades diferentes para quem está mais preparado ou disposto”, completou.
O ministro lembrou que o governo brasileiro insiste na abertura econômica, apesar dos atuais problemas fiscais do País. “Essa reavaliação do Mercosul não é para recuar ou com qualquer pensamento de rejeição. Mas é perfeitamente compreensível que em momento de crise alguns países recuem um pouco e hesitem em fazer esse movimento abertura”, explicou Guedes.
Com informações do Estadão Conteúdo