O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou nesta segunda-feira (15) a análise feita pela revista The Economist sobre o desempenho do governo brasileiro. “A revista está errando todas”, resumiu.
Em reportagem sobre o País, a revista inglesa disse que o presidente Jair Bolsonaro é “nocivo à economia do Brasil”.
“Eles estão errando todas sobre o Brasil”, afirmou o ministro, durante passagem pela Expo Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Para o ministro, a publicação já espalhou previsões que se mostraram exageradas do Fundo Monetário Internacional, sobre o impacto do novo coronavírus na economia brasileira. “Falaram que o Brasil ia cair 10% (na pandemia), cai 4%, que a Inglaterra ia cair 4%, caiu 10%. A Economist está liderando as previsões para o buraco”.
O ministro afirmou que a revista deveria “olhar para o próprio umbigo”, para os problemas internos da Inglaterra, como desabastecimento de carne e filas em postos de combustíveis.
“A Economist deveria olhar um pouquinho para o próprio umbigo, lá para dentro da Inglaterra que está em maus lençóis”, disse Guedes. “E cá para nós, estamos indo muito melhor que eles (ingleses).”
Para a publicação, uma das mais prestigiadas sobre economia no mundo, Guedes e Bolsonaro “conduzem o País não apenas a um retorno à incontinência fiscal, como também a outras mazelas econômicas que têm castigado o Brasil: aumento da inflação, altas taxas de juros e baixo crescimento”.
A reportagem considera que Guedes apoia uma “dissimulada tentativa de contornar o limite constitucional para gastos públicos”.
Brasil tem uma das economias que menos caíram, afirma Guedes em Dubai
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira, 15, que o Brasil foi uma das economias que “menos caíram, votaram mais rápido e criaram mais empregos” após o impacto da pandemia de covid-19. Ao discursar na abertura do fórum Invest in Brazil, dia dentro da Expo Dubai voltado para o País, afirmou que a economia está crescendo “acima da média mundial”.
“Isso graças a uma orientação do nosso presidente de não deixar nenhum brasileiro para trás durante a pandemia. Não faltou dinheiro para saúde, mas ao mesmo tempo prosseguimos com as reformas estruturantes”, afirmou o ministro a empresários.
Segundo ele, a economia está crescendo, apesar das constantes projeções para baixo de economistas e instituições financeiras, e do aumento da taxa de juros promovido pelo Banco Central para tentar conter a alta da inflação. Guedes disse que o Brasil tinha “muito juros” no passado e que agora estão “mais baixos”. Segundo ele, além do crescimento de 5,5% neste ano, o Brasil tem mais de 100 bilhões de dólares de investimento estrutural contratados nos próximos.
“A economia era um paraíso dos rentistas, e o inferno dos empreendedores. Agora o Brasil está virando um paraíso para os empreendedores. Os juros estão mais baixos, a economia está crescendo mais rápido, e o eixo de crescimento vai ser o setor privado”, afirmou Guedes.
O ministro voltou a dizer que deseja atrair os “petrodólares” para o País, principalmente para infraestrutura, e disse aos árabes que eles podem ser os “sócios ideais” para os recursos naturais do Brasil.
“Vendo essa demonstração de capacidade de reciclagem de petrodólares, vendo como no meio das areias do deserto toda essa riqueza emergiu, são sócios ideais para os recursos naturais que temos no Brasil. Precisamos dessa parceria no Brasil. Seremos sócios na criação e na reciclagem desses recursos”, disse Guedes, que citou ainda a privatização do Porto de Santos (SP) como oportunidade.
Paulo Guedes: ‘Privilégios’ da previdência social
Guedes disse que o Brasil no passado “afundou numa armadilha de excesso de intervenção estatal” e que Bolsonaro lhe deu a responsabilidade de trocar o eixo de crescimento da economia. Segundo ele, o governo já removeu os “privilégios” da previdência social.
“O Brasil prossegue com as reformas. Banco Central independente, gatilhos fiscais, marco regulatório do gás natural, do petróleo, das ferrovias, seguimos fazendo a transformação e esperamos que os senhores participem dessa mudança”, disse o titular da Economia. “Vocês têm vocação milenar para comércio e finanças. O Brasil precisa desse eixo. Vocês são nosso hub de exportação em direção à Ásia e da mesma forma o hub de reciclagem desses petrodólares, desses recursos em direção às Américas.”
Conforme Paulo Guedes, o País está começando a se abrir de novo economicamente, e o governo estima que irá atingir o patamar de meio trilhão de dólares em comércio neste ano.