O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer nesta sexta (15) que a prioridade do governo de Jair Bolsonaro é privatizar estatais, diminuir a dívida pública e cortar gastos. A declaração foi dada durante o evento “A Nova Economia Liberal”, realizado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio.
Segundo Guedes, a segunda maior despesa do governo federal é com juros da dívida. “Vamos atacar as prioridades. A primeira delas é a Previdência. O segundo maior gasto são os juros da dívida“, afirmou.
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“Eu trouxe o Salim Mattar, com apetite enorme, doido para privatizar o máximo possível, doido para passar a faca”, disse o ministro, referindo-se ao secretario especial de Desestatização e Desinvestimento, secretaria do ministério da Economia com foco em privatizações.
Guedes diz esperar levantar R$ 1,2 trilhão com a venda de ativos da União, desejo já expresso anteriormente. Ele considera que o governo pode se livrar de empresas estatais e imóveis, hoje em posse da União. “No final vai a [privatização da] Petrobras também, vai o Banco do Brasil, tem que ir tudo”, disse. O ministro também defendeu a descentralização dos recursos provindos de impostos, que, segundo ele, estão muito concentrados no topo.
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No mesmo evento, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, seguiu a mesma linha liberal. Ele disse que deseja ver a petrolífera privatizada, o BNDES “extinto” e o fim das empresas estatais no Brasil. Acrescentou, no entanto, que “nem sempre se pode ter tudo”.
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“Como liberal, somos contrários a empresas estatais. Petrobras também privatizada e o BNDES extinto, esse seria o meu sonho. Mas é como a música dos Rolling Stones, ‘You Can’t Always Get What Yout Want’”, disse Castello Branco. “Na América Latina, temos um exemplo de estatal bem-sucedida, que é a Codel, do Chile, maior produtora de cobre do mundo. Já que não podemos privatizar, nem temos mandato para isso, vamos transformar a Petrobras no mais próximo possível de uma empresa privada”.