O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na tarde do último sábado (18), que o ministro Paulo Guedes não está propondo a volta da CPMF, mas sim a implementação de um tributo digital, com “uma proposta de desoneração”.
“O que o Paulo Guedes está propondo não é a CPMF não, é uma proposta de tributação digital. Não é apenas para financiar o grande programa [social, para substituir o Bolsa Família], é para desonerar também a folha de pagamentos”, afirmou o mandatário a jornalistas no Palácio da Alvorada.
“É uma compensação, eliminar um montão de encargo em troca de outro. Mas se a sociedade não quiser, não tem problema nenhum”, disse. Para Bolsonaro, “não é fácil a vida dos patrões, as pessoas falam que é difícil a vida dos empregados, mas a dos patrões também é difícil”.
Quando perguntado sobre o que achava do novo imposto, Bolsonaro não quis responder. “Não pergunte se eu sou favorável, isso aí é maldade”, disse.
Diagnosticado com coronavírus (Covid-19), o presidente saiu para caminhar e alimentar as emas do Palácio. Além disso, Bolsonaro participou da cerimônia de arriamento da bandeira, onde um grupo de apoiadores o esperava. O mandatário manteve distância.
Guedes diz que reforma tributária será enviada na terça-feira
O chefe da pasta econômica afirmou, na última quinta-feira (16), que que a proposta de reforma tributária do governo já está pronta na Casa Civil e deve ser levada para a casa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, na próxima terça-feira (21).
Em evento on-line da XP Investimentos, Guedes salientou que não é possível afirmar se haverá um imposto cobrado sobre transações na reforma, e destacou que “se eu for começar sobre o que nos desune, vai acabar a reforma tributária antes de a gente começar”.
O ministro também afirmou que já enviou as propostas do executivo para a Casa Civil, que depois devem passar para o Congresso. “Vamos levar para o presidente do Senado para encaminhar à comissão mista”, apontou.
Confira: Guedes diz que o governo deve gastar melhor, não mais
Além disso, a primeira fase da proposta da reforma tributária deve abranger a junção de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e Programa de Integração Social (PIS) em um imposto sobre Valor Agregado. “Vamos acabar com o PIS/Cofins”, disse Guedes.