O ministro da Economia, Paulo Guedes, elogiou a possibilidade de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) alternativa para incluir estados e municípios na reforma da Previdência. A declaração ocorreu na última terça-feira (16) durante a 54ª Cúpula do Mercosul.
Conforme Guedes, a inclusão dos estados e municípios na reforma da Previdência através de uma PEC paralela poderia impactar a economia em R$ 350 bilhões.
“Nós estamos falando do Brasil, não é só a União. Se voltam R$ 350 bilhões via Senado, isso é bom para o Brasil, porque estados e municípios também participam desse ajuste que o sistema previdenciário precisa”, explicou.
O ministro falou ainda que a proposta evitaria o retorno do texto para a Câmara dos Deputados. Dessa forma, a aprovação da Previdência poderá ocorrer de forma mais rápida.
O economista ainda não sabe se uma PEC separada ocorrerá. No entanto, Guedes afirmou confiar no Congresso para a tramitação da proposta.
“Temos que esperar e eu confio no Congresso. Agora vai entrar em campo o Senado, que tem a possibilidade não apenas de ratificar esta vitória, como também de estender e dar uma nova dimensão, poderia ser estados e municípios”, disse Paulo Guedes.
Críticas ao Mercosul
Na reunião do Mercosul, o ministro da Economia realizou algumas críticas ao bloco, se referindo a momentos passados. Assim, Guedes mostrou incerteza em relação ao futuro do Mercosul.
“O Mercosul serviu para fechar e isolar a economia brasileira. Ou o Mercosul vira instrumento de integração (ao mundo) ou não nos interessa. O Mercosul mudou, mas não temos certeza do futuro. Teremos uma eleição na Argentina”, afirmou o economista.
Economia da reforma da Previdência
Guedes respondeu ainda à perguntas da imprensa sobre a nova economia da reforma. Segundo o ministro, é necessário esperar e confiar no resultado do Congresso.
Inicialmente, o governo federal estimava uma economia de R$ 1 trilhão. No entanto, algumas alterações no texto reduziram a economia inicial para cerca de R$ 900 bilhões.
“O que eu pedi da reforma da Previdência? Nós pedimos um trilhão. Quando cedemos o BPC (Benefício de Prestação Continução) e o rural, entendemos. Não gostamos de outros cortes, mas estamos esperando o trabalho do Congresso, confiando e aceitando o resultado”, disse o ministro.
Votação da reforma
Na última quarta-feira (10) a reforma da Previdência foi aprovada no plenário da Câmara dos Deputados. A reforma foi aprovada com 379 votos favoráveis contra 131 votos contrários.
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Após a aprovação da Previdência no plenário, o texto agora passará por mais uma votação na Câmara e por duas votações no Senado. A expectativa era de que a segunda votação na Câmara ocorresse ainda na última semana.
Contudo, por conta das análises dos destaques do texto, a votação atrasou.
O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, declarou que o segundo turno da votação da reforma da Previdência começará no dia 6 de agosto às 16h.