Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi preciso chegar uma pandemia com impactos severos sobre a economia para que houvesse atenção com o destino dos recursos públicos. A declaração foi feita durante live de ontem realizada pelo Parlatório, organização sem fins lucrativos, ele também comentou que a covid-19 é uma “guerra biológica”.
“Foi preciso chegar uma guerra no Brasil para aprendermos que a essência da política é alocar recursos”, afirmou. No início da apresentação, Guedes rememorou os primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro e disse que a determinação da equipe econômica sempre foi controlar gastos. Lembrou que a reforma previdenciária foi aprovada no primeiro ano do mandato e que houve a execução do teto de crescimento dos gastos.
O ministro, afirmou, porém, que o piso continuou a subir, dificultando a manobra do orçamento. “Levou uma pandemia para aprendermos a controlar o orçamento”, disse. Segundo ele, no ano passado não faltou dinheiro para Saúde, mas que foi preciso fazer desvinculações orçamentárias.
Para Guedes, é preciso conter despesas e evitar gastos em todas as direções. Ele disse que isso se torna mais fundamental em momentos de crises exógenas, quando os recursos precisam estar disponíveis. Como exemplos, citou catástrofes naturais, guerras armadas ou mesmo “guerra biológica como o coronavírus”.
Política brasileira deu boa resposta à pandemia, afirma Guedes
Guedes afirmou ainda que a política deu boa resposta à pandemia e o governo conseguiu fazer seu contra ataque. Ele disse que, inicialmente, apresentou auxílio emergencial no valor de R$ 200, acreditando que o Congresso aumentasse o valor para R$ 400. “Mas chegaram a R$ 600. Evidente que se fossem aqueles R$ 400, poderia durar muito mais tempo”, afirmou.
Mesmo assim, Guedes disse que a equipe econômica o tempo todo manteve “o Norte, a bússola”. Sobre as reformas futuras, disse que a política dá o timing das mudanças.
Participaram do encontro virtual, além de Guedes, o ex-Secretário Nacional de Segurança Pública e ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, General Santos Cruz, o médico Raul Cutait, a jurista Ellen Gracie, os empresários Abilio Diniz, Luiza Trajano, Jorge Gerdau, Flavio Rocha, o ex-ministro da Fazenda e atual diretor do Banco Safra, Joaquim Levy, além do também ex-ministro Luiz Furlan.
(Com informações do Estadão Conteúdo)