O ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou nesta segunda-feira (10) que o choque externo não teve efeito na contração da economia brasileira. Era esperado que 3,5% da queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 fosse decorrente do choque externo.
A declaração de Guedes aconteceu durante uma live promovida pela Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), com o intuito de debater as políticas públicas para o setor leiteiro. “Esperava-se que o PIB [Produto Interno Bruto] do Brasil fosse cair 10%, sendo pelo 3,5% do choque externo”, afirmou ele. “Choque externo veio zero”, completou.
Dessa forma o ministro deixou clara a importância da agropecuária para a economia, já que foi capaz de manter o país “vivo”. Segundo Guedes, as exportações brasileiras estão em níveis similares ao do ano passado, de forma que não sofreram com a pandemia do coronavírus (covid-19). A atuação do setor também foi “extraordinária” para manter a população abastecida.
De acordo com Guedes, isso se deve ao remanejamento das vendas brasileiras como, por exemplo, para a China e Ásia. “O povo do campo é tão forte que remanejamos [as vendas] para China, para a Ásia”, afirmou.
Além disso, Guedes acrescentou que o país tem abundância de recursos hídricos e de sol, e tecnologia que permite três safras no ano. Para ele, “está muito claro que o Brasil tem vantagem comparativa muito forte no agronegócio”. “Somos potência agrícola não só do presente, mas do futuro”, disse ele.
Para Guedes, o setor ainda se expandirá no Brasil, indicando um aumento na demanda chinesa por soja. “Está escrito que depois da China vem a Índia, e depois Oriente Médio… Todo mundo vem buscar isso aqui”.
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Guedes finalizou defendendo que a abertura comercial tem de ser em duas mãos. “Vamos estar de mãos dadas na rota de modernização da agricultura brasileira”.