O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta (3) que o governo gastou em 2018 dez vezes mais com a Previdência do que com educação.
“Gastamos R$ 700 bilhões ano passado com a Previdência, nosso passado, e R$ 70 bilhões com educação, nosso futuro. Gastamos dez vezes mais com a Previdência do que com nosso futuro”, declarou Paulo Guedes.
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Ele participou de audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para falar sobre a reforma da Previdência. O ministro havia faltado ao encontro na semana passada, gerando mal estar entre congressistas e o Executivo.
Ele também afirmou que o impacto da questão previdenciária nas contas públicas é incontornável. “A principal componente de alta dos gastos foi com pessoal e, dentro disso, o elemento do déficit galopante tem sido a Previdência”, disse. “Existem sistemas que quebraram, a Grécia, e estamos vendo o exemplo de Portugal. Imaginamos como não deve estar o problema previdenciário na Venezuela hoje. Dimensão fiscal é inescapável”.
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Na mesma audiência, o ministro defendeu que um possível sistema de capitalização, opção ainda estudada na reforma da Previdência, incluísse alíquotas negativas de Imposto de Renda para os trabalhadores mais pobres. “Vai ter imposto de renda negativo para quem ganha menos”, afirmou.
A capitalização se assemelha a uma poupança que o próprio trabalhador faz para assegurar a sua aposentadoria. O regime atual é diferente, trata-se da repartição. Nele, o trabalhador ativo paga os benefícios de quem está aposentado.
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O ministro apresentou como exemplo a situação de um trabalhador que se aposenta com direito a R$ 750 de benefício num cenário em que o salário mínimo seja de R$ 1.000. Nesse caso, de acordo com Guedes, esse trabalhador teria um Imposto de Renda negativo em R$ 250. Ou seja, receberia o dinheiro em vez de pagar ao governo.